Para ajudar à concretização da nova sede, a SRN/OA criou o Norte 41º, um Centro de Arquitectura, Criatividade e Sustentabilidade que se propõe colocar o Porto no mesmo paralelo de desenvolvimento de outras cidades do mundo com a mesma latitude, como Barcelona, Roma, Istambul e Tbilisi, mas também Nova Iorque e Chicago.

"Procurámos uma plataforma que funcionasse como estrutura de gestão e comunicação com a comunidade não só local mas também numa relação criativa com instituições congéneres de outras cidades do mundo", diz o arquitecto Miguel Nery, coordenador do projecto Norte 41º, fazendo notar que este foi um conceito desenvolvido por Luís Tavares Pereira, que integrou a anterior direcção da SRN/OA, e por Michael DaCosta Babb, que foi director executivo da ADDICT - Agência para o Desenvolvimento das Indústrias Criativas.

Nery acrescenta que "é uma obrigação" da Ordem cruzar a construção da nova sede com as exigências actuais de sustentabilidade e o recurso às indústrias criativas. Mesmo que, muitas vezes, seja preciso "transgredir a lei". Realça, de resto, que "a legislação em Portugal, em particular a da eficiência energética, é complexa e só pensa em edifícios novos". Isso torna a recuperação "um exercício tão arriscado que, muitas vezes, os empreendedores preferem demolir o interior dos edifícios antigos", mantendo só a fachada, o que, para Miguel Nery e José Fernando Gonçalves, contraria o que deve ser um real aproveitamento do património edificado. "É importante conseguirmos viver com o património", diz o presidente da SRN/AO assinalando a sua preocupação com essa estratégia de "defesa do património de fachada", como considera ser aquela que, nalguns casos, está a ser seguida pela Sociedade de Reabilitação Urbana Porto Vivo. S.C.A.