Linha SOS registou 40 crianças desaparecidas o ano passadoMariana Oliveira
A linha do Instituto de Apoio à Criança, especializada no desaparecimento de menores, registou o ano passado 40 casos, nenhum dos quais relativo a raptos por terceiros. A informação é do coordenador do SOS Criança, Manuel Coutinho, que adiantou ao PÚBLICO que a maioria dos casos são fugas. Isso mesmo aconteceu em 27 dos 40 casos denunciados o ano passado. Dos restantes, 11 dizem respeito a raptos parentais e dois a menores que se perderam.
Em 2010, o número de desaparecimentos desceu consideravelmente face ao ano anterior, invertendo uma tendência de crescimento que começou em 2005, ano em que se registaram 17 casos. Em 2009 já eram 88, mais 12 que no ano anterior. Para Manuel Coutinho, a descida é positiva: "Isto significa que as pessoas es- tão mais atentas". O responsável do SOS Criança lembra que, desde 2004, ano em que a linha foi criada, "as fugas têm sempre uma grande prevalência".
Em 2008, a linha adoptou o núme- ro único europeu, o 116000, gratuito, que actualmente funciona de segunda a sexta-feira, entre as 9h e as 19h. Fora deste horário, aos fins-de-semana e feriados, as chamadas são encaminhadas para um gravador, que remete as pessoas para a PJ. Manuel Coutinho desdramatiza o não funcionamento da linha fora do horário de expediente, mas assume que o objectivo futuro é o seu funcionamento 24 horas por dia. "Estamos a fazer um caminho e para lá caminhamos", sustenta, admitindo ainda não ter os recursos humanos necessários. O coordenador acredita que hoje há uma maior sensibilidade da população em geral para este tipo de situação e uma melhor articulação entre as várias entidades na resolução destes casos.