O novo centro de indústrias criativas com unidades de incubação de empresas deverá entrar em funcionamento no primeiro trimestre de 2013

A transformação das antigas oficinas de fabrico do complexo industrial da metalúrgica Oliva, em São João da Madeira, num centro de criatividade e de incubação de negócios criativos foi ontem formalmente aprovada em reunião de câmara.

O projecto que prevê a recuperação de dois edifícios da empresa, que encerrou após um processo de insolvência, foi aprovado por unanimidade, tal como a abertura do concurso público internacional para a empreitada, por um valor base de 5,7 milhões de euros. A obra implica uma intervenção em cerca de 14 mil metros quadrados e deverá começar ainda durante o próximo Verão. O prazo de execução é de 540 dias.

Feitas as contas, no primeiro trimestre de 2013, a ex-Oliva, unidade fabril que foi uma referência no sector produtivo nacional, abrirá ao público com outras funcionalidades. A preservação da traça original deste edifício emblemático da arquitectura industrial é, contudo, ponto assente.

No complexo empresarial surgirá um centro de indústrias criativas com unidades de incubação, business center, espaços comerciais, livraria, cafetaria e restaurante. A criação de um centro de arte contemporânea com áreas de exposição, centro de documentação, locais para formação em artes e ofícios e residências artísticas está também projectada. Com esse propósito foi assinado um protocolo de colaboração entre a Câmara de S. João da Madeira e a Fundação de Serralves, que se responsabilizará pela gestão desse núcleo, já com cerca de mil obras de arte cedidas ao município são-joanense, em regime de comodato. A colecção de José e Norlinda Lima, de São João da Madeira, que inclui quadros de Vieira da Silva, Paula Rego, Júlio Pomar e Arpad Szenes, entre outros artistas, passará então para esse novo espaço dedicado à arte contemporânea.

A Oliva Creative Factory quer afirmar-se como um centro de excelência criativa na Área Metropolitana do Porto - uma oportunidade para os jovens concretizarem ideias em várias vertentes artísticas, do teatro à moda, com um palco à disposição. O presidente da Câmara de S. João da Madeira, Castro Almeida, tem afirmado que a intervenção desenhada significa um começar de novo da Oliva, através da transformação das ruínas industriais numa oportunidade de desenvolvimento no sector das indústrias criativas.

O projecto de requalificação da Oliva implica, ao todo, um investimento de 9,4 milhões de euros. É o maior investimento municipal de São João da Madeira. Sete milhões chegaram do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e uma parte será suportada pela câmara, que pedirá um empréstimo de 1,3 milhões de euros para o efeito.