Auto Sueco aposta no crescimento do Brasil e investe 44,4 milhões de euros no país até 2014
Mercado brasileiro representou 40 por cento do volume de negócios do grupo português em 2010, que cresceu 26 por cento
O tráfego que invade o asfalto em torno de São Paulo é um espelho do forte crescimento da economia brasileira: na Dutra, uma das duas grandes rodovias que ligam a capital económica do Brasil ao Aeroporto de Guarulhos, quase a uma hora de distância do centro da cidade, o movimento de camiões de todos os tamanhos e com as mais diversas mercadorias é uma constante.
Não admira que a nova concessão de venda de pesados da Volvo nesta região, que chegou às mãos do grupo português Auto Sueco através da compra da antiga Vocal há cerca de um ano, seja apresentada como a maior da marca sueca na América Latina. Foram os resultados dessa aquisição que permitiram um crescimento de 26 por cento do volume de negócios global deste grupo familiar em 2010, para um total de 978 milhões de euros.
Com efeito, o Brasil é hoje o maior mercado no volume de negócios do grupo (40 por cento), seguido por Portugal (35 por cento), Angola (11 por cento), Estados Unidos (cinco por cento) e Espanha (quatro por cento). Já a Turquia é a aposta mais recente: a entrada neste mercado, deu-se no segundo semestre de 2010 em parceria com um grupo local. "A Turquia, tal como o Brasil, vive um momento muito feliz: são neste momento os dois mercados-estrela da Auto Sueco", disse ao PÚBLICO o presidente do conselho de gerência do grupo, Tomás Jervell, à margem de uma conferência de imprensa em São Paulo.
Mas para já, em território brasileiro, o objectivo é atingir a liderança do mercado de pesados na região de São Paulo, face ao actual terceiro lugar no ranking das maiores marcas. O horizonte para essa ambição é bem curto: o responsável da Auto Sueco aponta para 2012 ou 2013. Até 2014, o grupo deverá investir cerca de 44,4 milhões de euros em cinco novas filiais na região de São Paulo - a primeira foi inaugurada na última terça-feira, em Guarulhos - além da reformulação de outras já existentes. O resultado será o aumento da rede para 10 unidades. Outra aposta são os serviços pós-venda, ainda pouco habituais no Brasil.
A Auto Sueco entrou neste país em 2007, com uma concessão da Volvo nos estados de Rondônia, Acre e Mato Grosso, que se chama agora Auto Sueco Centro-Oeste. Essa primeira concessão, cujo volume de negócios é um terço da Auto Sueco São Paulo, tem todavia resultados operacionais pouco inferiores, devido aos custos muito superiores na região paulistana. "Deu-nos também tempo para conhecermos o mercado brasileiro, onde o sistema fiscal é complexo e as necessidades dos clientes são diferentes das do cliente português", sublinha Tomás Jervell.
A prioridade será agora consolidar os novos investimentos do grupo. Mas se surgirem oportunidades interessantes, Jervell admite a compra de novas empresas, ou mesmo a entrada noutros negócios no Brasil, onde prevê crescer entre 12 e 13 por cento este ano. "É um mercado em que queremos estar em força", afiança.
A jornalista viajou a convite da empresa