Líder dos bispos católicos italianos pede sobriedade a Berlusconi

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Berlusconi é acusado de ter pago a prostitutas menores Alessandro Bianchi /Reuters

As declarações foram feitas poucos dias após ter vindo a público o escândalo Rubygate, em que Berlusconi é acusado de envolvimento sexual com menores. “Todo aquele que aceitar assumir um mandato político deve estar consciente da medida e da sobriedade, da disciplina e da honra que isso implica, como refere a nossa Constituição” disse Bagnasco numa assembleia de bispos italianos em Ancône, no centro do país.

“Como já tive ocasião de dizer, o nosso país tem necessidade de superar, rapidamente e de maneira definitiva, esta fase conturbada”, adiantou o líder dos bispos católicos italianos, sem nunca nomear Berlusconi. “A sociedade está consternada com os actores da cena pública e respira um evidente mal-estar moral”.

A procuradoria de Milão diz ter provas de que Silvio Berlusconi, de 74 anos, pagou no ano passado a dezenas de prostitutas muito jovens, entre elas a menor de idade Karima El Mahroug, conhecida por Ruby, e organizou festas na sua casa em Arcore. Para além disso, o primeiro-ministro italiano é ainda acusado de ter pressionado a polícia milanesa para pôr Ruby em liberdade quando esta foi detida por acusações de roubo.

Sem referir explicitamente a situação do chefe de Governo, Ângelo Bagnasco disse estar preocupado com a “degradação moral” e criticou a “representação falsa da existência que procura alcançar o êxito a partir da artificialidade, da ascensão repentina, da ganância fácil, da ostentação e da mercantilização das pessoas”, sublinhou o diário espanhol “El País”. Isso, adiantou o cardeal, “põe em perigo a imagem de Itália e o futuro das novas gerações”.

O líder dos bispos católicos italianos apelou ainda a todos para que ajudem a conter “a espiral de crispação para conseguir que o país rejuvenesça e volte a crescer do ponto de vista cultural, social e económico”.

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