Inspecção subaquática aos pilares da Ponte 25 de Abril arranca na próxima semana

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Operações não vão interferir com o trânsito rodoviário ou ferroviário miriam lago

Em 2009, uma fiscalização menos aprofundada não detectou problemas. Trabalhosdemorarão quatro meses. Mergulhadores vão procurar sinais de erosão ou fendas nas estruturas submersas

Oito mergulhadores e três técnicos vão estar, a partir da próxima semana, de olhos postos na parte submersa dos pilares em que assenta a Ponte 25 de Abril. As inspecções subaquáticas à ponte que liga Lisboa e Almada servem para analisar o estado de conservação das estruturas, permitindo depois programar eventuais acções de reabilitação. Vinte e três anos após a última iniciativa deste género, a Estradas de Portugal (EP) quer saber se a ponte continua bem assente no leito do rio Tejo.

Os trabalhos, adjudicados à empresa Quadrante - Engenharia e Consultoria, por 76,3 mil euros mais IVA (num total de 93,8 mil euros), terão de estar concluídos até Maio. A EP prevê que, depois desta fiscalização, as acções de prevenção aos pilares três e quatro da ponte passem a ser feitas de cinco em cinco anos.

Numa primeira fase, que decorre até 15 de Março, vai ser feito o registo em vídeo de todas as superfícies de betão submersas. Os mergulhadores vão procurar sinais de erosão ou fendas junto aos pilares, problemas que poderiam provocar ou contribuir para a queda da ponte. Depois da recolha das imagens, é feita a análise dos resultados e elaborado um relatório, que terá de estar concluído até Maio.

A última inspecção subaquática semelhante a esta foi efectuada em Setembro de 1988, quando a ponte ainda estava na esfera da Autoridade de Segurança, criada para o efeito. A EP tornou-se, em 2008, a entidade responsável pela monitorização e fiscalização permanente de todos os aspectos estruturais da Ponte 25 de Abril. Um ano depois, em Agosto de 2009, fez uma inspecção, ainda que menos aprofundada, aos pilares. "Nessa altura, confirmou-se o bom estado de conservação destas superfícies", adiantou fonte daquela empresa ao PÚBLICO.

Por norma, os pilares das pontes podem durar 50, 100 ou 120 anos, dependendo do tamanho das estruturas e também da manutenção que for feita. Neste caso, o investimento anual da Estradas de Portugal com a inspecção da Ponte 25 de Abril é de cerca de 500 mil euros. Este dinheiro destina-se, nomeadamente, à monitorização do tabuleiro rodoviário, que comemora este ano 45 anos de utilização. Por dia, passam por ali cerca de 150 mil veículos. A polémica em torno da necessidade de substituir o tabuleiro rodoviário dura há alguns anos, mas a EP recusa alimentá-la. Com base nas inspecções "regularmente" efectuadas, "não foram detectadas quaisquer deficiências técnicas que justifiquem urgência na abordagem deste tema", sublinha a empresa.

Em 2004, um relatório da Parsons (empresa responsável pelo alargamento do tabuleiro, em 2000) propunha à EP a modificação do actual tabuleiro, que estaria a "aproximar-se do fim da sua vida útil". O documento, divulgado pelos semanários Sol e Expresso, indicava que o elevado tráfego da ponte rodo-ferroviária provocou fissuras nas traves, que necessitariam de intervenção urgente. Porém, após estudar a proposta de intervenção, a EP recusou-a por considerar os problemas estruturais pouco expressivos.

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