Ehud Barak tornou-se primeiro-ministro em 1999
O militar mais condecorado não teve nunca tanto sucesso na política como no Exército
O militar mais condecorado de Israel, e que um dia foi visto como o herdeiro político de Yitzhak Rabin, levou ontem a cabo uma acção de surpresa, saindo de um histórico Partido Trabalhista em declínio mas mantendo-se como ministro da Defesa.
O sucesso militar de Ehud Barak, hoje com 68 anos, não teve, no entanto, eco na sua vida política.
O percurso de Barak nos 35 anos em que serviu no Exército foi recheado de sucessos e condecorações, chegando ao posto de chefe do Estado-Maior do Exército. Antes, participou em operações de equipas especiais como a que em 1972 libertou reféns num avião belga no aeroporto de Telavive (disfarçado de mecânico) ou a que em 1973 matou membros da OLP em Beirute retaliando pelo rapto e morte de atletas israelitas nas Olimpíadas de Munique (desta vez, vestido de mulher).
Na política tornou-se primeiro-ministro em 1999, derrotando Benjamin Netanyahu, para perder pouco depois ele próprio para Ariel Sharon em 2001, após o falhanço das negociações de paz em Camp David com Yasser Arafat.
Na sequência desta derrota, afastou-se da política durante quarto anos. Em 2005 regressa para tentar ganhar a liderança dos trabalhistas, mas perdeu para o líder sindical Amir Peretz. Após o desaire de Peretz como ministro da Defesa durante a guerra no Líbano de 2006, Barak tornou-se novamente líder do Labour.
Nas eleições de 2009 o partido teve o pior resultado da sua história. Barak escolheu, contra vários membros do seu partido, juntar-se à coligação de Netanyahu.
Um dos últimos episódios polémicos envolvendo Barak teve, ironicamente, a ver com uma acção militar: o ministro da Defesa foi a cara do polémico ataque das forças israelita à flotilha pró-palestiniana que deixou nove turcos mortos.