Troca gratuita de lâmpadas para 15 mil lares de Seia

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O projecto vai ser apresentado hoje Foto: PÚBLICO/arquivo

Para isso, vai organizar grupos de voluntários para, de porta em porta, distribuirem lâmpadas economizadoras aos moradores. A iniciativa, que abrange cerca de 15 mil casas, está inserida no projecto Eco2Seia: Low Carbon City e visa ajudar os habitantes a poupar 750 mil euros na factura anual da luz e, simultaneamente, diminuir a emissão de gases poluentes.

Será a aldeia mais alta de Portugal, o Sabugueiro, a primeira a receber a visita dos voluntários, na Primavera. Aqui, será também feita a monitorização energética dos edifícios públicos. "Contamos com a ajuda dos presidentes das juntas de freguesia, das associações e dos grupos de escuteiros locais para angariar voluntários", explica Gonçalo Cavalheiro, parceiro da Caos, a consultora que apoia a autarquia na aplicação do projecto. Até ao final do ano, a acção estende-se às restantes 28 freguesias do concelho, que tem mais de 26 mil habitantes.

Para já, a Câmara de Seia está ainda à procura de mecenas privados que possam pagar as lâmpadas, que serão depois entregues gratuitamente. De acordo com um inquérito feito aos habitantes do concelho, existem, em média, 11 lâmpadas incandescentes em cada habitação. Por isso, a autarquia estima que serão necessárias cerca de 200 mil novas lâmpadas para substituir as actuais.

"A troca permitirá evitar a emissão de mais de 1350 toneladas de dióxido de carbono", frisa, por outro lado, Gonçalo Cavalheiro. Assim, a autarquia espera "lançar o município como referência nacional em termos ambientais", sublinha o vereador municipal do Ambiente, Jorge Brito.

Reacções positivas

Entre os habitantes locais, poucos sabem o que é o Eco2Seia: Low Carbon City, já que o projecto só vai ser apresentado hoje na Casa Municipal da Cultura, mas a notícia da troca gratuita de lâmpadas agrada aos moradores contactados pelo PÚBLICO. Lígia Figueiredo, que mora mesmo no centro da cidade, aplaude a ideia, até porque ainda lhe faltam trocar umas quantas lâmpadas incandescentes no quarto. "Já troquei algumas, mas tem de ser aos poucos", explica, sublinhando que "nem toda a gente tem dinheiro para comprar das fluorescentes". Mas o esforço compensa: "No final do mês não se nota, mas no final do ano a factura pesa menos."

As lâmpadas mais eficientes são vendidas com preços a partir dos cinco ou seis euros em algumas lojas. Consomem até menos 80 por cento de electricidade do que as tradicionais, uma diferença que Pedro Ferreira espera sentir na carteira quando trocar as cerca de 30 lâmpadas que tem em casa. Pedro mora em Seia, onde abriu um restaurante - no qual já só tem lâmpadas economizadoras - e dá aulas de Matemática na Escola Básica Dr. Abranches Ferrão. Está certo de que "a reacção dos moradores vai ser boa" quando os voluntários lhes baterem à porta. "Tudo o que seja para poupar, as pessoas aceitam."

Além de eliminar as lâmpadas incandescentes, a autarquia quer também identificar produtos locais produzidos com baixas emissões de carbono, assinar um protocolo com os agentes do turismo para tornar o sector menos poluente, e desenvolver campanhas de aquisição de electrodomésticos mais eficientes. Estas acções estão em linha com o Plano Estratégico Seia 2020, adoptado em Outubro de 2010.

António Martins, outro morador e proprietário de duas casas de turismo rural no concelho, concorda. "Acho muito bem", sublinha, lembrando que a preocupação não deve ser só com a carteira mas também com o ambiente. Lâmpadas "novas" ainda tem poucas, porque vai trocando à medida que estas fundem. Com três casas a seu cargo, as contas resultam difíceis de fazer no final do ano.

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