Skyline

A série B é, por natureza, uma reciclagem derivativa de ideias e fórmulas de filmes anteriores e melhores. "Skyline" é um exemplo perfeito desse reaproveitamento - "Guerra dos Mundos" versão Spielberg, "O Dia da Independência" e "Matrix" são os vértices do triângulo que os irmãos Strause, veteranos dos efeitos visuais em segunda incursão na realização, usam como base para o seu apocalipse às mãos de extra-terrestres mal-intencionados.

Há, no entanto, três pormenores a justificar a atenção a este filmezinho despachado e descartável.

Primeiro: a sua determinação quase maníaca em ejectar tudo o que possa "desacelerar" o filme para se concentrar nas sequências de acção, o que corre o risco de o tornar numa mera demonstração de virtuosismo tecnológico, mas pela mesma bitola apenas perde o tempo estritamente necessário com personagens de papelão e uma narrativa inexistente.

Segundo: o desconcertante final-surpresa, com tanto de inacreditável como de inspirado, que empresta uma gravidade inesperada ao que ficou para trás.

Terceiro: o simples facto de "Skyline" parecer muito mais caro do que efectivamente foi - rodado em digital com uma equipa mínima no próprio prédio de apartamentos onde moram, o filme foi financiado independentemente pelos Strause por uma fracção do que estas coisas costumam custar. Nada disto eleva "Skyline" acima do seu estatuto de série B, mas chega para marcar a diferença dentro do género.

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