Parlamento russo aprova tratado de desarmamento nuclear START

Foto
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo afirmou que Moscovo “discorda totalmente” da interpretação do Senado norte-americano Foto: Reuters/arquivo

A aprovação acontece depois de na passada quarta-feira o Senado dos Estados Unidos ter também ratificado o tratado assinado em Abril pelos Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, e pelo seu homólogo norte-americano, Barack Obama, que o consideraram como “histórico”. Medvedev afirmou mesmo, citado pela Reuters, que o documento permitirá a “manutenção da segurança nos próximos anos”.

No entanto, a Rússia já alertou que vai apensar uma declaração de voto ao documento, em resposta às condições que foram acrescentadas pelos norte-americanos e que no entender da Duma estão em contradição com o espírito do texto. Esta segunda leitura deverá ser apresentada aos deputados já em Janeiro, segundo o chefe da comissão de Negócios Estrangeiros, Konstantin Kossatchev.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, antes da votação, afirmou que Moscovo “discorda totalmente” da interpretação do Senado norte-americano na ratificação do START, segundo a qual não existe qualquer ligação entre o tratado e a defesa antimíssil.

“Existe na resolução uma afirmação segundo a qual as disposições do preâmbulo do tratado não criam obrigação jurídica para a Rússia e para os Estados Unidos”, declarou Lavrov, citado pela agência noticiosa AFP. E acrescentou: “É precisamente aí que está inscrita a ligação entre o START e a defesa antimíssil bem como a influência do START no armamento não nuclear e na estabilidade estratégica.”

Segundo o mesmo responsável, o tratado resulta de um longo trabalho que não deve ser colocado em causa e que “deve ser aplicado no conjunto, sem qualquer restrição”. Ainda assim, Lavrov insistiu que “a ratificação do tratado START-3 é uma etapa essencial” e uma decisão de “bom senso”.

O novo tratado START (acrónimo em inglês para Tratado de Redução de Armas Estratégicas) reduzirá os arsenais nucleares russo e norte-americano para os níveis mais baixos desde os anos 60.

Sugerir correcção
Comentar