Porta-jazz estreia-se com festival no bar Galeria de Paris
Costuma dizer-se que a necessidade aguça o engenho. E o que pode um grupo de músicos de jazz fazer numa cidade onde não há um espaço dedicado ao jazz feito por músicos do Porto? A pergunta pode ter duas respostas. A criação, pelos artistas, da associação Porta-Jazz é a primeira. A segunda é um festival no bar Galeria de Paris, e decorre já esta noite e amanhã.
O Porto acolhe este projecto, que surge, por um lado, do desejo de um grupo de amigos de dar a conhecer o Jazz, os músicos e os seus trabalhos e, por outro, pela necessidade de chegar a um público cada vez maior e mais interessado. "Somos um grupo de amigos e conhecidos que gostam de Jazz. Queremos dar a conhecer o que fazemos e temos a noção de que existem cada vez mais pessoas a gostar do que temos para oferecer", explicou o membro da direcção do festival, João Brandão.
O Galeria de Paris, na rua homónima, não foi escolhido ao acaso. João Brandão explicou que procuraram um local " visível, de fácil acesso, onde todos possam desfrutar do evento". O festival é dirigido a um público vasto, e os organizadores que espera a adesão tanto dos frequentadores habituais do deste género de música como de toda a população que nutra interesse por este estilo.
Na programação colaboram mais de 50 músicos, distribuídos pelas actuações de 13 formações diferentes entre as quais a Orquestra Jazz de Matosinhos, Quarteto de Mário Santos, Sofia Ribeiro e Diogo Vida Quarteto. Tudo para "desmistificar a ideia de que o jazz é uma música esquisita". No dia 7 os concerto começam às 18h e no dia 8 às 15h. A entrada é gratuita. A direcção assume a expectativa. "Esperamos que seja uma oportunidade para o grande público atestar a qualidade e originalidade do jazz, bem como demonstrar o quão plural e abrangente este género é."
À procura de uma sala
O 1.º Festival Porta-Jazz serve também de pretexto para divulgar a associação Porta-Jazz, criada em Julho, que se dedica à divulgação e promoção do Jazz no Porto. O propósito principal da associação com este festival é "dar-se a conhecer e conseguir um espaço onde se possam organizar concertos regulares e que sirva de ponto de encontro para estes artistas, que aderiram em massa a esta iniciativa" explicou João Brandão.Segundo o músico, esse espaço serviria para a organização de uma série "de outras actividades ligadas à formação e sensibilização da população para esta área artística, nomeadamente workshops, conferências, audições comentadas e debates" disse. O Porta-Jazz já fez saber que não pretende concorrer com clubes ou salas de espectáculo já existentes, antes pelo contrário; pretende apenas criar um público sólido para este tipo de música.