Dá vontade de rir quando o humor e a política se juntam

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As piadas fizeram rir Fernando Nobre que no final se emocionou Nuno Ferreira Santos

"É o primeiro stand up comedy político em Portugal, mas também se faz muito na Assembleia e é bem pago." António Raminhos abriu assim o primeiro espectáculo do género em Portugal promovido por uma candidatura presidencial. Era o "mandatário pa- ra a altura" de Fernando Nobre.

O espectáculo foi protagonizado por três humoristas, Nilton, mandatário para a juventude, Luís Filipe Borges, mandatário para a Região Autónoma dos Açores, e António Raminhos.

No Teatro da Trindade, Fernando Nobre só subiu ao palco no final. E comoveu-se. Mas primeiro os jovens receberam-no com aplausos, bandeiras e T-shirts onde se lia "Um presidente como nós", numa sala cheia de apoiantes, cheios de entusiasmo. O mé- dico, que chegou acompanhado pela mulher e de braços no ar, sentou-se na primeira fila e riu muito - como todos riram. Nilton começou com uma mensagem de esperança, já que "somos um país espectacular, então vamos dar-lhe o rumo certo".

José Sócrates e especialmente Manuel Alegre foram os eleitos da noite para a maior parte das investidas dos humoristas. O primeiro-ministro por ser "o melhor comediante do mundo - não pôde estar aqui, está a fazer jogging" e Alegre por "tanta promessa que tem feito, mais do que poeta, é um contorcionista que está numa excelente forma". A ironia foi uma arma ao longo da noite: Sócrates continua a "acreditar num país mais justo, mais próspero, mais fraterno e mais democrático, esse país é a Holanda".

Os humoristas tinham uma lista com "palavrões" e surpreenderam a plateia: Sócrates era o primeiro, seguiram-se Teixeira dos Santos, Pinto Monteiro, Durão Barroso, António Marinho e Fátima Felgueiras. Mas Manuel Alegre estava na mira - Cavaco foi praticamente poupado de provocações -, poucos minutos depois do início, um dos comediantes perguntava em tom provocador: "Falo mal do Alegre ou espero um bocadinho?" A sua voz foi elogiada co- mo extraordinária. "Podia fazer o Oceano Pacífico de João Chaves ou ler uma embalagem de Doritos, que eu ia acreditar que aquilo era Shakespeare", atirou Luís Filipe Borges.

O grupo lembrou que normalmente não trabalha ao domingo "que é o dia do senhor, o dia do senhor da Universidade Independente que passou o diploma" ao engenheiro. Na segunda parte, Fernando Nobre discursou comovido ou não tivesse sido este "o dia mais especial de todos".

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