Pelo menos 50.000 pessoas manifestaram-se nas ruas de Dublin contra o plano de austeridade
O protesto organizado pelo Congresso Irlandês dos Sindicatos (ICTU) principiou ao meio-dia na zona de Wood Quay e chegou às 13h00 (hora local idêntica à de Lisboa) junto ao edifício central dos Correios, na O’Connel Street, principal artéria da cidade.
Dirigindo-se à multidão, um colunista daquele jornal, Fintan O’Toole, afirmou que o Governo que tem por base o partido Fianna Fáil está a entrar em acordos com pessoas que nunca foram eleitas.
O’Toole, crítico literário e comentador político, que de 1997 a 2001 também escreveu para o “New York Daily News”, disse que a Irlanda está a pagar milhares de milhões de euros para salvar os bancos e que o Governo de Brian Cowen “declarou guerra aos pobres”.
Forte crítico da corrupção política no país onde nasceu há 52 anos, o colunista declarou que “os irlandeses não são súbditos, mas sim cidadãos, pretendendo que lhe devolvam a sua República”.
Por seu turno, o secretário-geral da central sindical ICTU, David Begg, comparou o actual Governo a um célebre assaltante de estrada que durante o século XVIII houve na Inglaterra, dizendo que “Dick Turpin, pelo menos, usava uma máscara quando roubava as pessoas”.
O mesmo dirigente considerou que estariam 100.000 pessoas na manifestação, mas a polícia não confirmou este número.
Outro dos oradores forneceu o que disse ser o número de telefone do ministro do Ambiente, John Gormley, para que “lhe telefonassem o mais possível”. Mas a manifestação terminou sem que tivesse havido registo de incidentes, apesar de a polícia ter avisado para a possibilidade de alguns grupos poderem “explorar” a situação e causar distúrbios.
O trânsito no centro da cidade foi interrompido durante o período em que decorreu a manifestação.