Durão Barroso desmente pressão para Portugal pedir ajuda
“Qualquer referência a um plano de ajuda a este país [Portugal], nem foi pedido nem nós o sugerimos”, disse José Manuel Durão Barroso, citado pelas agências de notícias.
O Governo português também desmentiu prontamente a notícia de que estaria a ser alvo de pressões por parte de vários países da zona euro para pedir ajuda financeira externa, enquanto a Comissão Europeia disse desconhecer as pressões, referidas na imprensa alemã e já negadas também pelo ministério das Finanças Alemão.
A Espanha também reagiu com veemência, repudiando as pressões de capitais europeias sobre Portugal para que o país recorra quanto antes ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e, assim, funcione como “corta-fogos” a uma futura intervenção na economia espanhola.
O Financial Times Deustschland escreveu que o BCE e a maioria dos países da zona euro estavam a pressionar Portugal para pedir ajuda da União Europeia, que é concedida através do FEEF e do FMI. O jornal citava ainda um responsável não identificado do Ministério das Finanças alemão, segundo o qual Portugal se utilizar o fundo europeu, “isso pode ser bom para Espanha, porque este país está muito exposto a Portugal”.
“Creio que um dos problemas que temos tido recentemente é que há responsáveis políticos que fazem cada dia comentários em vez de tomarem decisões”, acrescentou Durão Barroso ao falar aos jornalistas, em Bruxelas, sem precisar a quem se referia.
A agência AFP lembra no entanto que a Alemanha foi acusada de deitar lenha para a fogueira nos últimos dias, depois de o seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, ter dito na terça-feira que o “futuro da nossa moeda única” estava em “em causa”.
Já hoje, Schäuble veio afastar a possibilidade de se duplicar o valor do FEEF, sugerida na comunicação social, depois de ontem o presidente do banco central alemão, Axel Weber, e membro do BCE ter vindo dizer que o montante de que este fundo está dotado poderá ser aumentado.