Vera Jardim considera uma “arrogância” a ideia de excluir os partidos para a resolução da crise

Sem nunca ter pronunciado o nome do maior accionista da Jerónimo Martins, Vera Jardim afirmou que “se chegou ao cúmulo da arrogância e há que lutar corajosamente contra isto” quando Soares dos Santos declarou que a crise económica “não se resolve na Assembleia da República” e nem “são os partidos com a sua demagogia que resolvem esses problemas” para que “o país se torne interessante de investir”.

“Ouvi de um grande empresário, com algum espanto, dizer alto e bom som, que os problemas do país se tinham que resolver por uma iniciativa dos empresários, dos representantes dos empresários, suponho também das forças sindicais e, vá lá, do Presidente da República”, disse o vice-presidente da Assembleia da República, no jantar de apoio à candidatura presidencial de Manuel Alegre, nas Caldas da Rainha.

Vera Jardim não quis também deixar esquecer que Soares dos Santos é o accionista de uma das empresas que vai, antecipadamente, distribuir dividendos de forma legal “para fugir ao sacrifício dos novos impostos sobre a distribuição de dividendos”. “Quando vemos fenómenos destes, perguntamos se esta gente têm uma ideia real dos sacrifícios que as pessoas já vêm fazendo há muitos anos”, acrescentou o socialista.

Por isso, Vera Jardim argumentou que “é essencial que em Belém esteja a partir de um período muito difícil, que será o início do próximo ano, alguém que seja capaz de dar um horizonte de esperança para que depois de tantos sacrifícios as pessoas possam confiar no futuro”, depositando assim a total confiança em Alegre para o cargo de Presidente da República.

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