Demorou mais de dez anos, mas o escritor Michel Houellebecq, 52 anos, recebeu finalmente, hoje, o prémio Goncourt, o mais prestigiado dos prémios literários franceses, pelo seu romance "La Carte et le territoire".
A votação do júri da Academia Goncourt não foi unânime: dos nove membros, sete votaram a favor daquele que é visto como o "enfant terrible" da literatura francesa. Dois preferiram Virginie Despentes e o livro "Apocalypse bebé".
"La Carte et le territoire" (Editions Flammarion) é o quinto romance de Houellebecq e, segundo a AFP, foi recebido com elogios praticamente unânimes pela crítica. Para a revista "Les Inrocks", trata-se de um "romance total, balanço do estado do mundo e auto-retrato", no qual o escritor vai até à descrição do seu próprio assassinato. A AFP descreve-o como "menos desesperado" do que os seus anteriores romances e mais próximo de uma tradição clássica. No centro da história está o artista Jed Martin, filho de um arquitecto famoso, que pede ao "reconhecido autor" Michel Houellebecq que lhe escreva o prefácio para o catálogo da sua exposição.
Houellebecq foi nomeado para o Goncourt pela primeira vez em 1998 com o livro "As Partículas Elementares" (editado em Portugal pela Temas e Debates e pelo Círculo de Leitores) e, sete anos mais tarde, com "A Possibilidade de uma Ilha" (Dom Quixote).