É oficial: o concerto que iria abrir a digressão europeia dos Arcade Fire, marcado para 18 de Novembro no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, foi cancelado por razões de segurança. Em causa está a realização da Cimeira da NATO naquela zona, nos dias 19 e 20 de Novembro, e a presença ali de alguns dos principais líderes políticos mundiais.

A promotora Everything is New, responsável pela vinda da banda canadiana a Portugal, ainda propôs que o concerto se realizasse um dia mais cedo, a 17 de Novembro, mas os organizadores da cimeira consideraram a data inviável. O dinheiro dos bilhetes - mais de 15 mil já tinham sido vendidos - começará a ser devolvido na totalidade a partir de amanhã, nos locais onde foram adquiridos.

Scott Roger, o manager da banda canadiana, divulgou ontem em comunicado que os Arcade Fire foram forçados a cancelar o seu concerto em Lisboa e que a banda está "desiludida por ter sido colocada nesta situação", mas não há mais nada que possam fazer. "Vamos devolver o dinheiro de todos os bilhetes e esforçarmo-nos para que o reencontro com os nossos fãs em Portugal aconteça o mais rapidamente possível", acrescentou.

Banda e promotor "alheios"

Roger diz ainda que a Everything Is New "foi informada durante o fim-de-semana" de que o Pavilhão Atlântico não estaria disponível na data prevista para o concerto. E que tanto os Arcade Fire como a promotora "são totalmente alheios a esta circunstância e tudo fizeram para que fosse possível manter o concerto".

Num outro comunicado emitido ontem, a Atlântico SA, que gere o pavilhão com o mesmo nome, admitia que o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), através da Estrutura de Missão para a Cimeira da NATO, a informara da "absoluta impossibilidade da realização de quaisquer eventos entre os dias 15 e 20 de Novembro". E que a empresa, depois de ter recebido esta informação, a comunicou de imediato ao responsável da Everything is New, Álvaro Covões, procurando em conjunto uma solução de modo a evitar o cancelamento. Desde Julho, altura em que o promotor foi informado em reunião conjunta com o MNE e a Parque Expo, foram avaliados "possíveis cenários de viabilização do espectáculo", diz ainda a empresa gestora do Atlântico no mesmo comunicado.

Há muito tempo que Paula Mascarenhas, porta-voz do MNE, alertava para a impossibilidade de realização do concerto na véspera da Cimeira da NATO. Álvaro Covões, no entanto, sempre se mostrou contra a decisão do Governo - e os bilhetes continuaram à venda. Até agora.