Guimarães 2012 pode ter salários reduzidos

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Os gastos com pessoal da fundação chegam aos 1,3 milhões de euros ADRIANO MIRANDA

A câmara admite reduzir salários dos administradores da fundação que gere a capital da cultura

O presidente da Câmara de Guimarães admite que os salários dos administradores da Guimarães 2012 podem ser reduzidos. O autarca, que também lidera a comissão de vencimentos da Fundação Cidade de Guimarães (FCG), afirma, em comunicado, que a conjuntura nacional pode vir a ter impactos nos vencimentos dos administradores da instituição que lidera a programação da Capital da Cultura.

Em reacção à notícia do PÚBLICO de ontem, que dava conta de gastos com pessoal de 1,3 milhões de euros anuais na FCG, o autarca, António Magalhães, emitiu um comunicado em que antevê que a comissão de vencimentos da fundação "não deixará de efectuar a ponderação da conjuntura nacional e das decisões tomadas para contenção do défice". A análise desses factores pode mesmo vir a "repercutir-se na grelha de vencimentos da fundação", admite o autarca.

À comissão de vencimentos da FCG cabe a definição da política salarial da instituição que, de acordo com os estatutos, deverá ser reavaliada anualmente. Os vencimentos do pessoal custam 1,3 milhões de euros por ano à Guimarães 2012. Só o conselho de administração, presidido por Cristina Azevedo, recebe vencimentos que ascendem a 600 mil euros anuais. A líder da Guimarães 2012 tem um salário de 14.300 euros mensais, ao passo que os dois vogais executivos da instituição recebem 12 mil e 500 euros por mês.

O presidente da Câmara de Guimarães justifica que estes valores tiveram em conta "uma aturada pesquisa e confrontação com valores estabelecidos em projectos semelhantes". "Foram recolhidas indicações sobre os vencimentos pagos aos responsáveis por outras capitais europeias, nomeadamente realizadas em Portugal, e feita a ponderação com base no tempo de mandato que, nestes exemplos, são mais prolongados", explica, em comunicado, António Magalhães. O autarca considera ainda que os valores propostos por si à comissão de vencimentos "são bem inferiores às referências encontradas" e "plenamente justificados".

A ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, reagiu ontem à notícia, em declarações à Antena 1, referindo que o montante pago aos administradores da fundação "é de mais".

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