A Fórmula 1 mudou-se para o motel
Sem os grandes e luxuosos hotéis de outras cidades (e com os melhores reservados para os pilotos), em Mokpto, uma cidade de 250 mil habitantes a poucos quilómetros de Yeongam, a caravana da Fórmula 1 (mecânicos e outro pessoal de apoio) descansa em motéis com nomes sugestivos: “Adão e Eva”, “Amiga”, “Feel” (sente) e “L’Amor”.
Os padrões são diferentes. Tem fome à noite? Um passeio pelo motel permite adquirir brinquedos sexuais e pomadas. As tradicionais barras de chocolate estão menos cotadas. “Foi a primeira vez que me propuseram um vibrador no corredor do meu quarto”, contou, entre sorrisos, um assessor de imprensa.
E dormir? “É difícil. As pessoas fazem barulho à noite”, conta uma hospedeira da Red Bull. No seu motel, “Adão e Eva”, “o número de quarto de Adão corresponde ao número de Eva. Então homens e mulheres têm necessariamente de se encontrar”.
Os rumores mais picantes agitavam o “paddock” esta manhã, no primeiro dia de treinos livres. No "Twitter", o “espião da Toro Rosso” afirma que um mecânico – “evidentemente de outra equipa” – pediu um café para o seu quarto e bateu-lhe à porta uma jovem que lhe trazia um “sexpresso”.
Outra história era a de um funcionário da Williams, que voltou ao quarto a meio do dia, e encontrou a sua cama desfeita pelas aventuras amorosas de outros ocupantes. Uma versão desmentida pela escuderia britânica, alegando que se instalou em Gwangju, a uma hora de Mokpo, para evitar este tipo de situações.
“A Coreia do Sul fez a aposta de transformar Mokpo num destino turístico, graças à Fórmula 1”, diz um observador. “Mas julgo que daqui a cinco anos, os hotéis serão maioritários em Mokpo e os motéis minoritários. Se não for assim, será difícil ganhar a aposta”.
O mundo da Fórmula 1 ainda tem quatro épocas para se habituar a um nível de conforto inferior aos luxos a que está habituado. Mais terra-a-terra. Mais popular.
Enquanto isso, Martin Whitmarsh, patrão da McLaren, prefere comparar a Coreia do Sul “a uma nova aventura para a Fórmula 1”. “E não é só o circuito”, observou, rindo. “Para alguns rapazes também é uma aventura quando voltam para o hotel.”