Os calóricos e energéticos frutos secos
Os frutos secos - amêndoas, amendoins, avelãs, cajus, nozes, pistácios, pinhões, pevides de abóbora, castanhas -, cuja datação de consumo remonta há 12 mil anos, são considerados pelos nutricionistas e pelos adeptos das dietas vegetarianas como um alimento de altos contributos energéticos e elevado teor calórico. São bons substitutos da carne, garantem os vegetarianos. Em doses moderadas, os frutos secos deveriam fazer parte de todas as dietas, já que se harmonizam facilmente com qualquer alimento.
São bons consumidos ao natural ou levemente torrados, temperados com sal marinho. Quando às castanhas, embora as apreciemos como damas de companhia de rojões e de alguns assados de carne no forno, pelamo-nos por elas assadas na brasa ou, em alternativa, no forno. As amêndoas, ligeiramente fritas em azeite fino e temperadas com sal, há muito que foram eleitas pelos produtores de vinho do Porto como boa companhia para os seus tawnies, colheitas e garrafeiras datados.
Os frutos secos são sementes oleaginosas, cobertas por cascas de dureza variável e todas elas têm menos de 50 por cento de água na sua composição, um baixo teor de hidratos de carbono e uma alta percentagem de gorduras. São dos poucos alimentos ricos em fósforo. É fácil nos países ricos adquirir frutos secos de países tropicais, como o caju ou as castanhas do Pará. O amendoim, apesar de ser uma leguminosa, costuma enfileirar com os frutos secos, uma vez que é muito rico em nutrientes.
Dada a sua riqueza em óleos - os de noz, avelãs e pistácios são vendidos como produtos gourmet -, os frutos secos rançam com alguma facilidade. Daí que devam ser conservados em recipientes hermeticamente fechados, em lugares frescos e secos, protegidos do sol, e, até, no frigorífico. Devem ser adquiridos com casca, garantia de que não foram tratados com conservantes e que estiveram protegidos do pó e da humidade. Com a passagem do tempo e a evaporação da pouca água que contêm, as enzimas dos frutos secos perdem capacidade de conservação e adquirem desagradáveis aromas e sabores a ranço.
Dado o seu elevado teor calórico, o consumo de frutos secos é especialmente recomendável para os jovens e desportistas, bem como para pessoas que exerçam um intenso trabalho intelectual, neste caso devido ao seu conteúdo em fosfato orgânico, uma vez que o fósforo é essencial ao metabolismo cerebral. Já no caso das crianças devem ter-se alguns cuidados, quer porque os frutos secos são exigentes em termos de mastigação, que por poderem ser agentes de alergias. Quanto aos idosos que tenham problemas de dentadura, devem evitar o consumo destas sementes oleaginosas, pois podem causar-lhes problemas intestinais. Quer dizer, apesar das suas qualidades e virtudes, os frutos secos devem ser consumidos com moderação e bom senso. O que, como se sabe, é uma regra de aplicação universal. a
david.lopes.ramos@publico.pt