Poço da BP no Golfo do México está finalmente tapado
“Ainda há ainda muito a fazer”, aponta o Presidente dos EUA, Barack Obama, num comunicado. “Continuamos empenhados a fazer tudo o que seja possível para que as costas se recuperem desta catástrofe.”
Após cinco meses a jorrar crude, o frágil ecossistema do Golfo do México tem ainda um longo caminho à frente para se recuperar. A 15 de Julho o petróleo deixou de correr para o mar, quando a BP conseguiu finalmente tapar o poço, mas ao todo terá saído dali o equivalente a 4,9 milhões de barris de petróleo.
A flora e a fauna marinas vão certamente sentir os efeitos da poluição durante décadas, segundo as autoridades norte-americanas, e os cientistas. "Mais de mil quilómetros de costa entre a Luisiana e a Florida foram afectadas e nesta zona estão a trabalhar cerca de 25 mill pessoas só na limpeza", sublinhou à AFP o contra-almirante da guarda costeira Paul Zukunft.
As indemnizações relativas ao acidente anunciam-se também como um longo folhetim cheio de peripécias. As investigações sobre a causa da explosão que deu origem ao derrame continuam, mas a BP deu sinais claros de que pretende defender-se de unhas e dentes, dizendo que uma auditoria interna revelou que os danos devem ser partilhados com as outras empresas que trabalhavam na plataforma Deepwater Horizon, como a Transocean ou a Halliburton.
Desde o início da catástrofe, a BP já foi obrigada a gastar 8000 milhões de dólares, e aceitou criar um fundo de 20 mil milhões de dólares para a indemnização das vítimas.
O acidente deverá ter ainda consequências para ó sector petrolífero, sobretudo o que opera a grandes profundidades. Mas também porque a Administração Obama está a preparar nova regulamentação para obrigar as empresas a tomar medidas relativamente aos poços inactivos, que actualmente são tapados por válvulas bem menos fiáveis do que as coberturas definitivas como aquelas que agora tapam o Macondo 252. Pelo menos 3500 poços desactivados estarão nessas condições, diz a AFP.