Moradores recusam parque pago no centro de Santarém
O contrato estabelecido pela Câmara de Santarém com a empresa ABB para a construção do Jardim da Liberdade e de um parque de estacionamento subterrâneo no centro da cidade implica o pagamento de tarifas num raio de 500 metros e está a gerar protestos dos moradores.
Cerca de uma centena de habitantes, convocados por SMS e por folhas anónimas colocadas nalguns edifícios, exigiram explicações antes da última sessão camarária, em que o tarifário foi aprovado. A proposta só entrará em vigor depois de ser apreciada na próxima sessão da assembleia municipal, marcada para depois de amanhã.
João Leite, vereador do Urbanismo, esclarece que este sistema já estava planeado há cinco anos e que estão previstas isenções para estabelecimentos, instituições e para residentes com mais de 65 anos. Para além disso, sublinha que esta é uma medida importante para disciplinar o estacionamento no centro histórico, frisando que os residentes podem comprar um dístico, que custa 25 euros por ano, que permite estacionar nesta área.
Alguns moradores não se conformam. "Já suportamos o Imposto de Circulação, já suportamos impostos disto e daquilo, porquê mais este imposto?", reclama uma das moradoras, admitindo que actualmente já é difícil estacionar no centro da cidade e que, muitas vezes, os automobilistas são induzidos a dar gorjeta a arrumadores. Outros habitantes criticam o facto de terem de pagar estacionamento onde residem e de não terem sido ouvidos. Apontam, também, casos de lugares alegadamente mal marcados.
Os dois vereadores do PS também apontam casos de lugares marcados demasiado estreitos e acham que os residentes não deviam ser sujeitos a pagamentos. Francisco Moita Flores, presidente da Câmara de Santarém, lembrou que esta questão já foi aprovada há cinco anos, quando foi votado o contrato com a ABB e que uma cidade da dimensão de Santarém não pode ter estacionamento gratuito para moradores.
O vereador João Leite frisa que o estacionamento será sempre gratuito entre as 20h e as 8h, além dos fins-de-semana e feriados, e que os moradores só terão de pagar aquele "valor simbólico" à semana entre as 8h e as 20h. As tarifas deverão variar entre os 0,45 euros por hora, na zona de São Bento, e os 0,80 euros por hora na zona mais central, junto ao mercado municipal e ao tribunal.