PS, PCP e Bloco satisfeitos com promulgação de uniões de facto
PS, PCP e Bloco de Esquerda congratularam-se com a promulgação pelo Presidente da República do diploma que altera a Lei das Uniões de Facto, enquanto o PSD fez saber que já esperava esta decisão do chefe de Estado. Também as associações em defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros (LGBT) se mostraram satisfeitas com a promulgação do documento, defendendo que "trará um reforço de protecção neste tipo de relações". O CDS-PP voltou, porém, a contestar as alterações à lei, dizendo-as uma "manobra de engenharia social" que vai "esvaziar" o casamento.
Em reacção ao acto de promulgação do diploma, a vice-presidente da bancada parlamentar socialista Ana Catarina Mendes saudou a alteração da lei, visto que "vem colmatar injustiças que se vinham prolongando ao longo dos anos, designadamente em matéria de pensão por morte e de direitos de arrendamento na casa de morada de família". Também o deputado do PCP João Oliveira afirmou que a nova legislação representa "um avanço profundamente positivo", já que "permite ultrapassar muitos problemas", como a "desprotecção dos membros das uniões de facto". Considerou ainda "legítimo" que Cavaco tenha manifestado a sua opinião divergente, mas Helena Pinto, do BE, disse que "se está a tornar um hábito em algum tipo de diplomas o Presidente promulgar, mas mostrando as suas reservas".
Do lado das associações LGBT, Paulo Corte-Real da ILGA disse que "sempre teve boas expectativas sobre a aprovação da lei, porque independentemente da relação, esta estará sempre protegida ao nível legal". De igual modo se manifestou o representante das "Panteras Rosa" Sérgio Vitorino demonstrando "que é através da promulgação destes diplomas que se mostra ao país que existem famílias diferentes, e que é preciso reconhecer-lhes os seus direitos".
O secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, disse que era expectável que a lei passasse em Belém, mas relembrou que Cavaco disse "de uma forma muito clara" que não se identifica com o diploma. Quanto ao CDS-PP, Nuno Magalhães já sabia que o Presidente iria promulgar o diploma, pois "há uma maioria de esquerda que votou favoravelmente uma lei meramente panfletária, que preenche a agenda fracturante de uns quantos partidos, nomeadamente do BE". com Lusa