Formação garante entrada mais rápida no mercado
O estudo, da autoria de Susana Neves, técnica do INE, e Francisco Lima, investigador do Instituto Superior Técnico, revela que há uma relação de causa-efeito entre a qualificação e a entrada no mundo do trabalho.
Assim, mais de metade dos jovens com o ensino secundário ou profissional ou com licenciatura começou a trabalhar antes de sair da escola (52,6 por cento) ou demorou até três meses para encontrar o primeiro trabalho (59,7 por cento). Estes valores contrastam com os resultados conseguidos pelos jovens que apenas concluíram o 9.º ano, dos quais só 14,1 por cento começaram a trabalhar antes de deixar a escola e 22,2 por cento levaram até três meses.
Os autores criaram ainda um modelo para estimar a duração da procura do primeiro emprego e aí a diferença entre os jovens qualificados e não qualificados é abissal. Dois anos após terem deixado a escola, mais de 40 por cento dos jovens com o ensino básico ainda procuravam emprego, enquanto apenas 25 por cento dos que tinham formação superior permaneciam nessa situação. O estudo conclui ainda que um jovem com um curso superior vê as suas hipóteses de encontrar um emprego 73 por cento acima dos que apenas fizeram o básico.
Também as estatísticas do emprego ontem divulgadas reforçam as conclusões do estudo. No segundo trimestre do ano apenas se criou emprego qualificado. No espaço de um ano criaram-se 58 mil empregos para trabalhadores com ensino secundário e pós-secundário e 30 mil destinados a trabalhadores licenciados ou com formação superior. No mesmo período perderam-se 172 mil empregos pouco qualificados.