Um milhão de portugueses pode estar mal hidratado, alertam especialistas
Patrícia Padrão, nutricionista do Conselho Científico do IHS, afirma que “é importante promover junto da população, em geral, e da comunidade médica e científica, em particular, uma campanha em torno dos benefícios da hidratação, vital para a saúde pública”.
“A desidratação pode provocar cansaço, dores de cabeça, dificuldade de concentração e mal-estar geral. Pode, igualmente, afectar de forma significativa funções físicas e mentais e é um factor de risco relativamente a certas doenças”, alerta a especialista.
O IHS destaca a necessidade de aumentar a ingestão de líquidos em situações fisiológicas especiais (febre, vómitos ou diarreia, por exemplo), em caso de gravidez ou lactação, quando há condições ambientais associadas a maior perda de água corporal, como temperatura e altitude elevadas, ou aquando da prática de exercício físico.
O instituto realça a importância de serem ingeridas pequenas quantidades de líquidos de cada vez e frequentemente ao longo do dia, por existir evidência científica que sugere que a absorção de água é maior quando o volume de líquidos ingerido é repartido por várias ocasiões.
Adverte, por outro lado, para a necessidade de as pessoas estarem atentas a sintomas associados a desidratação como a sede, a cor da urina e manifestações de défice cognitivo, como diminuição da capacidade de concentração, atenção ou memória.
O Instituto alerta ainda que as crianças e os idosos devem merecer uma atenção especial “visto existir evidência de que o aporte hídrico nestas fases do ciclo de vida, poderá ser inferior ao desejável”.
“Promover a variedade das fontes de hidratação” é outra recomendação do IHS, salientando que vários alimentos e bebidas fornecem água ao organismo, “um aspecto que poderá ter especial importância na educação da população portuguesa”.
Estudos desenvolvidos recentemente pelo IHS mostraram que “uma proporção considerável da população reportou não gostar de água e desconhecer a capacidade de hidratação de outras bebidas”.
Os resultados destes estudos, que incluíram amostras representativas da população portuguesa, evidenciaram a existência de alguns grupos que ingerem uma quantidade de água inferior aos valores de referência, destacando-se pela negativa os homens com baixa escolaridade.
“Torna-se assim fundamental a ampla divulgação destas recomendações, de forma a otimizar a ingestão hídrica dos portugueses, não esquecendo que a escolha das fontes de hidratação deve ser feita no enquadramento de um estilo de vida saudável e depende das preocupações e necessidades individuais, sejam elas nutricionais, de impactes ambientais, de segurança alimentar ou outras”, refere o IHS.