Só mesmo a Pixar para provar que é perfeitamente possível chegar ao terceiro filme de uma série sem dar cabo do capital adquirido nem deixar os pergaminhos por mãos alheias. Não que o terceiro episódio das aventuras dos brinquedos de Andy seja a obra-prima do estúdio - não precisaria de o ser (bastaria manter o nível médio do estúdio de animação para já valer a pena mais que noventa por cento da concorrência), mas fica lá tão perto que damos por nós a perguntar como é que a Pixar continua a ser capaz de fazer filmes mais inteligentes, mais adultos e mais extraordinários do que 99 por cento da produção mundial contemporânea em imagem real. Por trás de uma comédia de aventuras que cita todos os grandes sub-géneros da Hollywood clássica esconde-se uma meditação comovente sobre a mortalidade, o fim da inocência, a passagem à idade adulta, o poder da imaginação - em suma, tudo aquilo que faz de nós humanos, transposto para brinquedos que só são inanimados para quem nunca brincou. Não é o melhor Pixar de sempre, mas isso é mesmo só botar defeito num dos melhores filmes do ano - bastaria a última meia hora para "Toy Story 3" entrar de peito feito no cânone.
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