Música a sério em pianos de brincar

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Os pianos são de brincar, mas a música e a interpretação são a sério. Margaret Leng Tan não é uma curiosa que um dia decidiu criar "performances" pitorescas a partir de brinquedos, mas uma pianista de sólida cultura e formação com relações estreitas com compositores de vanguarda. Sábado, às 21h30, apresenta-se na Guarda num espectáculo que convoca uma grande variedade de pianos de brincar e outros instrumentos, mas este não é o universo exclusivo do seu percurso artístico. Entre 1981 e 1992, esta original pianista nascida em Singapura e radicada nos EUA manteve uma colaboração estreita com John Cage e tem permanecido como uma das principais divulgadoras da sua obra. Realizou em 2003 a primeira gravação das "Chess Pieces" (1944), durante muito tempo consideradas perdidas, em conjunto com as Sonatas e Interlúdios, e foi responsável pela edição do quarto volume de música para piano do compositor americano para a Peters.

Quando descobriu a "Suite for Toy Piano", de John Cage, Margaret Leng Tan ficou fascinada com o seu potencial artístico e começou a coleccionar exemplares de pianos de brincar e a tentar elevá-los ao estatuto de verdadeiros instrumentos. O seu CD "The Art of the Toy Piano" (Philips Universal), gravado em 1997 com produção executiva de Philip Glass, gerou a adesão favorável da crítica e serviu de motor à criatividade de vários compositores contemporâneos. Recentemente, apresentou com o Kronos Quartet no Carnegie Hall o programa "Playing with Toys and Technology" e o seu último álbum ("She Herself Alone: The Art of the Toy Piano 2", com obras de compositores como Cage, George Crumb ou Laura Liben, foi lançado em Maio.

O programa que irá interpretar na Guarda inclui, entre outras peças, a "Suite for toy piano" (1948), de John Cage ; "Dinky Toys" (1979), de António Pinho Vargas; "Eleanor Rigby" (1966) de John Lennon e Paul McCartney .

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