Mais potente e económico

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O novo Porsche Cayenne é mais bonito, mais económico e tem melhores prestações. Há três versões com consumos abaixo dos 10 l/100km, entre as quais uma híbrida. E apesar de ser um SUV de luxo, o Cayenne também se porta bem fora de estrada, como João Palma pôde comprovar

O novo Porsche Cayenne já está à venda em Portugal, com uma nova motorização a juntar-se às quatro já conhecidas: é a versão S Hybrid, gasolina/eléctrica, com uma potência total de 380cv - a soma dos 333cv de um motor V6 3.0 a gasolina mais 47cv de um motor eléctrico. A gasolina, mantêm-se as versões 3.6 V6 de 300cv (Cayenne), 4.8 V8 de 400cv (Cayenne S) e 4.8 V8 de 500cv (Cayenne Turbo). A gasóleo, a oferta continua a limitar-se ao 3.0 V6 de 240cv. Os preços começam nos 85.032 euros do Cayenne Diesel.

Esta é a segunda geração do Cayenne, que nasceu em 2002, sofreu uma renovação profunda em 2007 e recebeu uma versão com motor a gasóleo em Fevereiro de 2009. Quanto às motorizações que já existiam, todas elas têm agora melhores performances e menores consumos e emissões. Nos casos do Cayenne e do Cayenne Diesel, o consumo médio baixou 20%; no S e no Turbo a diminuição é de 23 por cento. Estes resultados devem-se a factores como a adopção da nova caixa automática de oito relações Tiptronic, com sistema Auto Start/Stop, a utilização de materiais mais leves e seguros (no caso do S, são menos 180kg) e as modificações na gestão dos motores. Com tudo isto, três das cinco versões actuais têm consumos inferiores a 10 l/100km (Cayenne, Diesel e S Hybrid) e duas delas (Diesel e S Hybrid) apresentam emissões de CO2 abaixo dos 200 g/km - algo de realçar num veículo que pesa entre 2020 e 2240 quilos. E não é verdade que quem compra um Cayenne não se preocupa com gastos de combustível e emissões de CO2: na semana anterior ao seu lançamento, das 110 unidades pré-reservadas, 64 eram Diesel e 46 S Hybrid.

A propulsão do Cayenne S Hybrid faz-se através de dois motores que estão ligados entre si por uma embraiagem separadora (Parallel Full Hybrid): um V6 sobrealimentado a gasolina de 2995cc com 333cv e um eléctrico de 47cv alimentado por uma bateria de hidreto metálico de níquel (Ni-MH) de 288 volts, alojada debaixo do piso da mala (reduz-lhe a capacidade de 670 para 580 litros), onde se acumula a energia eléctrica recuperada na travagem e na marcha. As duas unidades combinadas atingem uma potência de 380cv, têm um binário máximo de 580 Nm logo às 1000 rpm e podem trabalhar separadamente ou em conjunto. O motor eléctrico também pode funcionar como alternador ou como único propulsor durante dois quilómetros, a velocidades até 50 km/h; do mesmo modo, até 156 km/h, se se levanta o pé do acelerador, o propulsor de combustão desliga-se, num processo denominado "navegação à vela", e o eléctrico encarrega-se de manter os sistemas electrónicos activos até se voltar a pisar o acelerador ou se accionar o modo de condução Sport (os outros são Normal e Comfort). A todo o momento é possível ver no painel de instrumentos qual o modo de propulsão que o veículo está a utilizar. Tudo isto, aliado ao sistema Start/Stop e a uma aerodinâmica melhorada, permite à versão híbrida, apesar do seu peso acrescido, cumprir médias de consumo de 8,2 l/100km e de emissões de CO2 de 193 g/km. Também lhe vale uma autonomia considerável, graças aos 85 litros de capacidade do depósito de combustível.

O Cayenne vem equipado com tracção total, que é permanente 40%-60% no híbrido e no diesel, e activa variável nas outras versões. Apesar de esta nova geração continuar a comportar-se bem fora de estrada, como a Fugas pôde verificar ao volante de um Cayenne Diesel numa pista de provas, 99% dos donos de um Cayenne nunca põem à prova as suas capacidades todo-o-terreno. Mesmo nos cursos de condução "off-road" promovidos pela Porsche jamais usam os seus veículos, mas sim carros fornecidos pela marca. Quem se atreve a dar um banho de lama, a riscar a pintura ou a azer mossas num elegante e luxuoso SUV que custa à volta de 100 mil euros?

Por isso, a Porsche eliminou as redutoras e, com isso, perdeu peso. Para compensar, a 1.ª velocidade é mais curta, há controlo da velocidade em descidas pronunciadas, programável dos 3 aos 30 km/h, e todos os Cayenne, excepto o híbrido, têm um botão na consola central que activa três modos "off-road".

Não é só por dentro que o novo Cayenne está diferente. O design, mais de acordo com o ADN da Porsche, é fluido e elegante. Apesar de ser 48mm mais comprido (4846mm) e de ter mais 40mm de distância entre eixos (2895mm), parece menor do que o antecessor. Essas diferenças também se reflectem no habitáculo - mais espaçoso, com bancos traseiros reclináveis que se podem deslocar 160mm longitudinalmente - e na mala, que tem agora 670 litros (580 no híbrido) contra os anteriores 540 litros. Uma coisa se mantém: a boa qualidade dos materiais e acabamentos.

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