Desacatos no Bairro Alto com polícias resultam em cinco feridos

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Alexandre Gonçalves e Pedro Pereira dizem ter sido agredidos Nuno Oliveira

"Estava a passar na rua e reparei que estavam uns dez polícias na rua, um deles com um pé em cima da cabeça de uma rapariga, enquanto os outros lhe batiam com o cassetete", conta Alexandre Gonçalves. O fotógrafo, de 24 anos, estava com a câmara que usa para trabalhar e começou a captar as agressões, até que os agentes lhe "tiraram a máquina das mãos", retirando o respectivo cartão de memória. "Depois atiraram-me ao chão e começaram a bater-me", garante. Quando pediu o cartão de volta, os agentes terão negado que a máquina tinha um cartão de memória, segundo relata.

"Garrafas de vidro pelo ar"

Pedro Pereira, de 35 anos, estudante, e Sérgio Henriques, técnico psicossocial, de 27, também passavam na rua quando se aperceberam da confusão. "Comecei a gritar para deixarem a rapariga. Depois os agentes voltaram-se contra mim, eu saí a correr e eles perseguiram-me e bateram-me brutalmente", explica Pedro Pereira, acrescentando que foi algemado e levado de carro para a esquadra do Bairro Alto, tal como os outros quatro detidos.

"Estiveram a dar-nos mais porrada dentro da esquadra", garante o estudante. Por volta das 7h, os indivíduos foram postos em liberdade e deslocaram-se ao Hospital de São José para receber tratamento hospitalar. Ontem, eram ainda visíveis os hematomas na face de cada um deles. Marlene, a rapariga de 27 anos que terá sido agredida inicialmente, e Sérgio sofreram uma perfuração do tímpano.

Confrontado com os ferimentos, o gabinete de imprensa da PSP diz que "os agentes utilizaram a força necessária para controlar a situação", sublinhando que "a PSP foi recebida no local com injúrias e tentativas de agressão". Um dos detidos teve acesso ao auto de notícia e adianta que a PSP afirma que havia "garrafas de vidro pelo ar", e que os ferimentos terão resultado de confrontos entre os envolvidos.

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