Alain Touraine e Zygmunt Bauman distinguidos com Prémio Príncipe das Astúrias

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O criador do termo “sociedade pós-industrial”, Alain Touraine é um dos dois galardoados Daniel Rocha

Os dois sociólogos, “representantes da mais brilhante tradição intelectual do pensamento europeu”, foram distinguidos por terem criado, “independentemente um do outro, instrumentos conceptuais singularmente valiosos para entender o variável e acelerado mundo em que vivemos”, escreve o júri da Fundação Príncipe das Astúrias no comunicado que anuncia o prémio.

Alain Touraine, nascido em França em 1925, centra o seu trabalho na sociologia de acção, tendo começado com a análise da sociologia do trabalho e depois dos movimentos sociais e as suas transformações. Crítico da globalização, considera que esta isola o indivíduo. “Sociologia da acção” (1965) foi a primeira das suas perto de 20 obras dedicadas a este temas, a mais recente, “La mirada social” (2009). Actualmente é director de Estudos da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris.

Zygmunt Bauman, britânico de origem polaca, nascido no mesmo ano que Touraine, professor emérito de Sociologia da Universidade de Leeds, no Reino Unido, é o criador da teoria da “modernidade líquida”, na qual sustenta que a actualidade está em constante mudança e movimento. No livro com o mesmo nome, editado em 2000, desconstrói o capitalismo globalizado e analisa a forma como este atenta contra a sociedade industrial. As suas teorias podem ser encontradas nas bases dos movimentos antiglobalização. Bauman é ainda internacionalmente conhecido pelas análises às relações entre a modernidade, o nazismo e o comunismo pós-moderno.

Touraine e Bauman recebem o prémio, constituído por 50 mil euros e uma escultura criada por Joan Miro, no Outono, em Ovideo, onde serão também entregues os outros sete prémios Príncipe de Astúrias de 2010.

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