Residente há vários anos em Londres, cidade que lhe tem servido de ponto de partida para uma bem sucedida carreira internacional, o pianista Artur Pizarro regressa com regularidade a Portugal para apresentar os seus principais projectos. Em 2010, destaca-se a gravação da "Ibéria" de Albéniz e das "Goyescas" de Granados, recentemente lançada pela Linn Records, e a integral da obra de Chopin repartida por nove recitais na St. John's Square, uma igreja convertida em auditório, com transmissão pela BBC - Radio 3. Mas não será nenhum destes programas, já apresentados em Lisboa, que Pizarro tocará na sua próxima visita. Segunda-feira, às 19h, estará no CCB com a pianista lituana Vita Panomariovaite para um programa dedicado à música de António Victorino d'Almeida, que também participará como intérprete e improvisador. A iniciativa insere-se na série de concertos CCB/Antena 2 e terá transmissão em directo pela rádio.
Nos dias 20 e 21, Artur Pizarro apresenta-se na Gulbenkian, onde será solista no Concerto para Piano, op. 54, de Schumann, sob a direcção de Lawrence Foster. A obra será enquadrada num programa bastante eclético que tem ainda a participação do Coro Gulbenkian e da violetista Barbara Friedhoff como solista, numa obra raramente ouvida em Portugal: "Flos Campi", suite para viola, coro (sem palavras) e pequena orquestra, do britânico Ralph Vaughan Williams. O concerto inicia-se com a "Sinfonietta", op. 35, de Joly Braga Santos, uma obra de 1963 dedicada a Álvaro Cassuto e à então recém-formada Orquestra Gulbenkian, e conta com peças como "Schicksalslied" (Canção do Destino), op. 54, de Brahms, sobre um poema Hölderlin, e com excertos da ópera "A Flauta Mágica" de Mozart.