Linha de São Mamede dará a Matosinhos uma "rede" de metro
Via entre a praia de Matosinhos e o pólo universitário da Asprela tem ligação com todas as restantes, incluindo a futura Linha Ocidental
A estação Praia de Matosinhos é o bónus da futura Linha de São Mamede. Mais do que os 300 metros que levarão o troço hoje tomado pela Linha Azul desde a estação Avenida da República ao calçadão, a nova via que ligará a cidade ao pólo universitário da Asprela contribuirá para o aumento do efeito de rede, oferecendo, por exemplo, a quem vem de Norte, da Póvoa de Varzim ou da Maia a possibilidade de ir até ao Hospital de São João ou uma das faculdades da envolvente sem ter de passar pela Trindade. É um ganho de tempo considerável e cria, no fundo, uma mini-rede a norte do Porto, que servirá o concelho de Matosinhos de uma forma bem mais eficaz do que a actual linha Azul.
Para o concelho e para a rede do metro do Porto, a estação ou estações de Fonte do Cuco passarão a ter uma importância fulcral e, antevendo um maior movimento de pessoas na zona, a metro pretende construir um edifício para parqueamento de automóveis nas imediações, com acesso coberto às futuras estações Fonte do Cuco I e II. A empresa está a a ultimar o desenho da intervenção no local, que implica a deslocação para sul da estação hoje existente: que serve, a nascente, a Linha Verde, e a poente, as linhas Vermelha e Violeta (aeroporto).
Assim, quem circule nestas linhas vai passar a ter uma paragem localizada sob o actual viaduto que passa sobre a Avenida Fabril do Norte e que liga a Rua do Sobreiro à Avenida Vasco da Gama. Só que, por cima, para além dos carros, uma nova obra de arte, mais larga e coberta, vai passar a receber a linha de metro de São Mamede, que, vinda de poente , num troço a construir, tomará, a partir da rotunda Vasco da Gama, o percurso actual da Linha Azul. Num mezzanino intermédio do novo viaduto, os passageiros que subam ou desçam de uma estação para a outra vão poder escolher o acesso ao cais para o sentido em que pretendem seguir, evitando assim o atravessamento da rua.
A Metro já tem uma solução arquitectónica desenhada, para a qual espera apenas o acordo da Câmara de Matosinhos. Com quem está também a ultimar o prolongamento da linha na praia, de modo a que o acesso ao metro se faça num troço de via paralelo ao calçadão ao fundo da Avenida da República. Mais uma vez, o objectivo é evitar conflitos de tráfego entre peões e o trânsito automóvel que continuará a circular na marginal. O troço de 300 metros entre este ponto e a actual estação da Avenida da República é a única obra nova a construir na parte oeste da nova linha.
O grosso da obra, 7,4 quilómetros, no caso, desenvolve-se a partir da rotunda de Vasco da Gama, com o novo viaduto, uma parte à superfície na Avenida Xanana Gusmão e um troço subterrâneo em São Mamede de Infesta, onde não há vias urbanas com capacidade para receber o canal de metropolitano. A via retoma a quota da rua num troço de um quilómetro, no qual será instalada a estação ISCAP, junto ao homónimo Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto. Antes de atravessar a Circunvalação haverá ainda a estação Hospital de São João, mas sem qualquer interface com a paragem homónima da Linha Amarela, situada mesmo em frente à unidade de saúde.
O interface entre as duas linhas ficará mais a sul, depois do atravessamento, no subsolo, da Rua Roberto Frias. A estação Pólo Universitário II será construída mesmo ao lado da actual, também enterrada e a uma quota ligeiramente diferente. As duas linhas não estarão ligadas, mas a solução arquitectónica promete facilitar a passagem dos clientes da Linha de São Mamede para a Linha Amarela.