Credores decretam encerramento e liquidação do património da Oliva

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Os trabalhadores vão continuar a comparecer nas instalações

Trabalhadores queixam-se que não houve vontade política do Estado para salvar a companhia metalúrgia da falência

A Oliva 1925 - Soluções de Fundição, de São João da Madeira, não voltará a laborar. Os credores da metalúrgica aprovaram a proposta de encerramento do estabelecimento industrial e da actividade da empresa, bem como a respectiva liquidação do activo da massa insolvente. Apenas a comissão de trabalhadores votou desfavoravelmente o fecho da fábrica.

Os 184 trabalhadores da metalúrgica continuarão a concentrar-se à porta da fábrica todas as terças e quintas-feiras de manhã, até à desvinculação. O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas de Aveiro quer analisar o despacho do tribunal, antes de definir eventuais acções de protesto. "Lamentamos que a decisão final tenha sido a dissolução da Oliva, tendo em conta a importância estratégica da empresa no concelho e no país", refere Adelino Nunes, do sindicato do sector.

O dirigente voltou a acusar a inércia governamental. "Lamentamos que não tenha havido vontade política para salvar a Oliva. O Governo já investiu milhões de euros na banca e poderia, através da Caixa Geral de Depósitos, garantir os 2,7 milhões necessários para que a empresa continuasse a trabalhar", referiu. Adelino Nunes aponta também o dedo ao voto da Segurança Social, a favor da liquidação. "É de estranhar, porque perde mais dinheiro com o encerramento da Oliva: tem de pagar subsídios de desemprego, deixa de receber as contribuições dos trabalhadores e tem ainda de assegurar o fundo de garantia salarial."

O novo administrador de insolvência terá agora de manter uma estrutura mínima nos serviços administrativos da Oliva e "efectuar um levantamento exaustivo dos bens existentes", conforme se lê no despacho do Tribunal de São João da Madeira. Tito Germano Teixeira, o anterior administrador de insolvência, renunciou ao cargo depois de o seu trabalho ter sido colocado em causa pela Segurança Social. Numa das assembleias de credores, Tito Teixeira assegurou que a verba de 7,6 milhões de euros que foi acusado de esconder não constava da contabilidade da Oliva e que se referia a uma hipoteca do complexo industrial.

O processo começou no final de Agosto de 2009, altura em que dava entrada no tribunal um pedido de insolvência assinado pela própria Oliva. A empresa revelava, na época em que decorria um lay-off que abrangia a quase totalidade dos 184 funcionários, que precisava da aprovação de um plano de insolvência para garantir "a manutenção da sua viabilidade económica". Num levantamento efectuado, verifica-se que a Oliva tinha nas mãos uma dívida de cerca de oito milhões de euros. A produção foi suspensa a 18 de Dezembro do ano passado. Nos últimos anos, a metalúrgica produzia peças para maquinaria pesada, nomeadamente camiões, tractores e máquinas agrícolas.

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