Hot Clube já tem dinheiro para remodelar a nova sede provisória na Praça da Alegria

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Novo espaço fica também num prédio devoluto, mas será sujeito a obras DANIEL ROCHA

Nova sede fica uns metros ao lado da antiga. Câmara de Lisboa dá 200 mil euros para obras

É uma mudança para o lado, de alguns metros, mas de grande impacto para a instituição. O Hot Clube de Portugal, famoso clube de jazz de Lisboa, garantiu ontem 200 mil euros para fazer obras no espaço alternativo encontrado pela Câmara de Lisboa para instalar o Hot enquanto não for possível este regressar à sua cave de sempre, atingida por um incêndio em Dezembro de 2009.

O novo sítio é uma loja abandonada situada no rés-do-chão dos números 47 a 49 da Praça da Alegria, a apenas alguns prédios de distância da cave onde o Hot Clube funcionou durante décadas. É aí a nova casa do mais antigo clube de jazz português e um dos mais antigos do mundo. As obras de remodelação estão, de acordo com o director artístico do clube, orçadas em 200 mil euros, valor cuja transferência foi ontem aprovada por unanimidade pela autarquia.

Segundo a proposta da vereadora da Cultura, "está neste momento em curso o processo de cedência de utilização a título precário àquela associação da loja do imóvel propriedade do município de Lisboa".

Trata-se de um prédio devoluto cujo piso térreo será alvo de "obras de remodelação e recuperação" que "permitam assegurar melhores condições de segurança e conforto" e "garantam as condições técnicas, de adequação e de funcionamento indispensáveis e exigidas", como explica Catarina Vaz Pinto. A presidente do Hot, Inês Homem Cunha, era uma dirigente satisfeita com a solução. "Estamos muito contentes por termos conseguido. Falta assinar o protocolo para voltar a pôr o Hot a mexer", disse a mesma responsável à agência Lusa.

O programador e director artístico do Hot Clube, Luís Hilário, disse ao PÚBLICO que os trabalhos a realizar foram projectados pelos arquitectos Aires Mateus, a título gracioso, e deverão demorar "dois a três meses". Além de canalizações e instalações eléctricas, as obras - que vão permitir criar "uma coisa um bocado rough [cru, em inglês] mas bem feita", diz Luís Hilário - incluem a construção de casas de banho, um camarim, um palco e a retirada de uma cobertura existente para que surja um jardim.

"Não sei se conseguimos reabrir ainda este ano", diz ainda assim Luís Hilário, explicando que não sabe quanto tempo levará o "processo burocrático" de cedência de utilização do espaço e a transferência das verbas necessárias para a sua remodelação. Mais optimista está a vereadora Catarina Vaz Pinto, que ontem disse aos jornalistas que tal poderá acontecer "depois do Verão".

Quanto ao regresso ao número 39 da Praça da Alegria, de onde o Hot Clube saiu em Dezembro de 2009, Luís Hilário acredita que tal acontecerá daqui a "muitos anos", depois de resolvido o litígio jurídico que envolve a autarquia e a Bragaparques.

Também aqui a visão da vereadora da Cultura é diferente, tendo esta admitindo que a cedência dos núme-ros 47 a 49 é precária, mas poderá tornar-se definitiva, comprometendo o regresso do clube de jazz à sua antiga casa.

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