Morreu Malcom McLaren, o provocador "pai" do punk

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McLaren em 2006

Malcolm McLaren, o manager dos Sex Pistols que ajudou a definir o punk, morreu ontem em Nova Iorque, aos 64 anos, vítima de cancro. "Estava a reagir muito bem, é um dia triste", disse o seu porta-voz, Les Molloy.

Nasceu em Londres, a 22 de Janeiro de 1946, e, na adolescência, abandonou o conforto familiar para estudar arte. Não foi, de todo, um artista convencional. Em 1968, leitor ávido dos Situacionistas, tentou chegar a Paris para o Maio de 1968. Não conseguiu, mas reteve as estratégias de intervenção dadaístas dos estudantes parisienses. Abandonou em 1971 a última escola de arte que frequentou por considerar preferível, afirmaria mais tarde, "ser um falhado extravagante do que ter um sucesso benigno".

O seu centro de acção passou a ser a boutique Let It Rock, inaugurada com a estilista Vivianne Westwood, sua mulher. Numa feira de moda em Nova Iorque convenceu os proto-punks New York Dolls a aceitarem-no como empresário. A sua estratégia de choque, vesti-los com as roupas excêntricas da sua boutique e decorar os concertos com bandeiras soviéticas, redundou em fracasso. Mais tarde, contudo, a estratégia deste mitómano evasivo e manipulador genial redundaria num dos períodos mais marcantes da música popular urbana.

Foi na sua boutique, então rebaptizada SEX, especializada em adereços sadomasoquistas e ponto de encontro da emergente comunidade punk, que reuniu os Sex Pistols, de quem se tornaria empresário. A banda, um cometa que duraria um par de anos mas que transformou para sempre a cultura popular, acabaria em 1978, com os seus membros a acusarem McLaren de os usar como marionetas do seu desejo de protagonismo. Mas ficava inscrita a sua marca na história.

Teve uma fugaz carreira a solo e, recentemente, "ameaçou" candidatar-se a mayor de Londres. Propunha a distribuição de bebidas alcoólicas nas bibliotecas.

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