Fundo de Solidariedade da UE é "diminuto" para ajudar a reconstruir a ilha, diz vice-presidente
João Cunha e Silva falava no âmbito da visita que a comissão paritária criada pelo primeiro ministro, José Sócrates, efectua hoje e sexta-feira aos locais mais afectados pela intempérie que assolou a ilha a 20 de Fevereiro.
"É bom esclarecer que o Fundo de Solidariedade da União Europeia não é tão avultado quanto as pessoa pensam, aliás fica aquém das expectativas, por isso temos que encontrar com imaginação algumas outras fontes de financiamento para fazer face aos problemas que se depararam à Madeira naquele fatídico dia", declarou o governante madeirense.
O responsável realçou que esta foi a primeira reunião da comissão no terreno "para conhecer acdimensão da tragédia e os prejuízos que se verificaram", um trabalho que terá continuidade em outros encontros em Lisboa e na região.
"Vamos tentar fazer o nosso trabalho, de forma a que, no prazo de mais ou menos um mês, possamos entregar aos dois governos o resultado", acrescentou.
"Não estamos a trabalhar para o presidente da Comissão Europeia", salientou Cunha e Silva, acrescentando que o relatório referido por Durão Barroso aquando da sua visita à Madeira visava apenas a candidatura ao Fundo de Solidariedade. "Estamos a fazer um trabalho mais vasto que pressupõe outros financiamentos e outras questões", adiantou.
Instado a falar sobre o montante dos prejuízos do temporal inicialmente avançado pelo Governo Regional, na ordem dos 1,4 mil milhões de euros, o governante referiu tratar-se de um valor estimado, "um apanhado geral, feito à pressa dada a natureza da situação, feito por diversas entidades e somado, que foi um ponto de partida e não o resultado final".
"Já não estamos a pensar nos prejuízos mas na reconstrução, no que vai ser preciso para reconstruir atendendo às dificuldades que todos temos, ao pouco espaço de manobra que tem a União Europeia para nos garantir verbas para além do Fundo de Solidariedade, que é reduzido e diminuto face ao avultado prejuízo que aconteceu", argumentou.
Acrescentou a estas dificuldades as que o país e a região atravessam, apontando a necessidade de serem "muito imaginativos, mas muito rigorosos para encontrar soluções que ajudem a construir a Madeira e que sejam possíveis atendendo a estes problemas".
João Cunha e Silva sublinhou também existir "uma vontade de colaboração por parte do Governo da República desde que o primeiro ministro veio à Madeira".
"Outra coisa não tem acontecido senão colaboração intensa entre os dois governos porque recuperar a Madeira é recuperar Portugal e é isso que estamos a fazer", conclui.