Vicente Todolí deixa direcção da Tate Modern

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Vicente Todolí ainda não anunciou o que vai fazer depois da Tate

Vicente Todolí vai deixar a Tate Modern, que dirigia desde 2003, anunciou o museu londrino de arte contemporânea, num comunicado que sugere que o ainda director não gosta de trabalhar mais de sete anos no mesmo sítio.

Natural da região espanhola de Valência, Todolí começou por trabalhar durante sete anos no Instituto Valenciano de Arte Moderna, assumiu depois a direcção do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, onde ficou mais sete anos, até 2003, ano em que aceitou o desafio de substituir Lars Nittve na direcção da Tate Modern, hoje um dos mais importantes museus de arte contemporânea do mundo.

Todolí parece sofrer de uma variante profissional da "comichão dos sete anos", cuja versão conjugal o cineasta Billy Wilder popularizou em Seven Year Itch (O Pecado Mora ao Lado). Mas é mais provável que se trate de coincidência e que a sua saída se fique a dever a razões tão comezinhas como o crónico subfinanciamento da Tate Modern, que o historiador de arte espanhol já por várias vezes criticara, tendo chegado a afirmar publicamente que o dinheiro de que dispunha para adquirir obras era idêntico ao que teria "um museu regional em qualquer país da Europa".

No balanço desta sua passagem por Londres, Todolí tem sido especialmente elogiado por uma importante série de exposições que ajudaram a repensar o primeiro modernismo - Kandinsky: o Caminho para a Abstracção (2006), Albers e Moholy-Nagy: da Bauhaus ao Novo Mundo (2006), Dalí na Tate Modern (2007), Duchamp, Man Ray, Picabia (2008) e Rodchenko & Popova: Definindo o Construtivismo (2009).

Não se sabe ainda onde Todolí vai investir os seus próximos sete anos, tendo apenas sido noticiado que não irá permanecer em Londres. Também não foi, até agora, anunciado o nome do seu sucessor na Tate Modern, cuja direcção o espanhol irá assegurar até ao Verão.

L.M.Q.

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