Bolseiros de investigação científica voltam aos protestos

Em declarações à agência Lusa, João Queirós, da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), perspectivou que do Porto, Aveiro e Coimbra cheguem a Lisboa “quatro a cinco dezenas de bolseiros”. Na capital “juntar-se-á o grosso das pessoas que participarão na ação de protesto”.

Admitindo ser difícil definir um número de manifestantes à partida, o porta-voz da ABIC lembrou que no último protesto, em Setembro de 2009, estiveram entre “200 a 300 pessoas frente à Assembleia da República”.

“Contamos agora ter um número potencialmente superior a esse, tendo em conta o apoio que tem recebido esta nossa acção por parte dos bolseiros, que estão a ficar um pouco cansados deste impasse relativamente à sua condição profissional”, afirmou.

O dia escolhido para o protesto prende-se com o início da discussão e votação final do Orçamento de Estado para este ano. Os bolseiros querem “mais uma vez mostrar o seu caderno reivindicativo no que toca à condição e ao meio geral da investigação desenvolvida no país”.

João Queirós precisou a exigência de alterações ao estatuto de bolseiro de investigação e que se deixe de encarar com “atrasos e promessas permanentemente adiadas por parte do Governo e do ministro Mariano Gago” a alteração da situação de precariedade de “um grande número” de investigadores. “Por estarem sistematicamente a ter bolsas quando devem passar à condição formalmente de trabalhadores, através da generalização dos contratos de trabalho”, defendeu.

Lembrou que estão em causa “pessoas altamente qualificadas e das mais qualificadas do país e que, no fundo, se veem impossibilitadas de aceder a uma carreira”.

As estimativas apontam para a existência de cerca de 10 mil bolseiros, entre os que estão a fazer doutoramento e bolseiros técnicos e de investigação de projectos, acrescentou.

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