PSD condena apoio da Câmara Municipal de Lisboa a campanha de adopção gay

Foto
Santana critica apoio no blogue

Autarquia da capital cedeu cerca de 40 mupis para campanha da ILGA que defende a hipótese de adopção por parte de casais do mesmo sexo

O PSD condenou o apoio da Câmara de Lisboa a uma campanha a favor da adopção por casais homossexuais, promovida pela ILGA - Intervenção Lésbica Gay Bissexual e Transgénero Portugal. "Se a tua mãe fosse lésbica, mudava alguma coisa?" é a frase que surge em cartazes que mostram uma mulher e uma criança e nos quais surge também o símbolo da autarquia. Por quê e para quê esse apoio, questiona o vereador social-democrata Santana Lopes no seu blogue. "Querem ir para lá das leis que ainda nem o são, que, por enquanto, ainda nem saíram do Parlamento? Hipóteses de lei que, aliás, não contemplam, sequer, a adopção por pessoas do mesmo sexo... diga-se que por recusa, também, do PS de ir por esse caminho", diz o vereador social-democrata. E prossegue: "Que sentido faz, então, esse patrocínio? Nenhum!"

Até agora, a Câmara de Lisboa tem-se mantido em silêncio sobre o assunto.

Outro vereador do PSD, Victor Gonçalves, nega que esta posição possa ser vista como homofóbica: "Se a câmara se associasse a um movimento a favor do referendo sobre o casamento gay, ou a uma campanha contra o aborto, também levantaríamos objecções", assegura. "A autarquia não pode apoiar questões fracturantes, muito menos sem o assunto ter sido discutido em reunião de câmara", acrescenta.

Ateontem, o Correio da Manhã adiantou que a participação da autarquia da capital nesta campanha se traduziu na cedência de cerca de 40 mupis na cidade para a colocação dos cartazes que serão apenas um dos suportes desta campanha promovida pela ILGA. Além disso, segundo o mesmo diário, esta organização pôs em marcha um spot televisivo e um anúncio para cinema e Internet.

Paulo Côrte-Real, da ILGA, garantiu em declarações à mesma fonte que "a única contrapartida neste processo foi colocar o logótipo da Câmara de Lisboa nos cartazes".

Sugerir correcção