Temporal na Madeira fez 32 mortos e dezenas de feridos
A forte chuva que caiu na Madeira esta madrugada levou a que o caudal das duas principais ribeiras do Funchal subisse consideravelmente, dando origem a fortes correntes de água e lama que arrastaram e destruíram dezenas de veículos. A baixa da cidade ficou inundada.
O presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, disse que está a preparar o envio a Bruxelas de “um pedido de apoio”, com “documentação fundamentada”. Jardim acrescentou ainda que já falou com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, com o Presidente da República e com o primeiro-ministro.
O Governo pôs ao dispor os “meios de que a região precisasse, inclusivamente meios financeiros”, acrescentou ainda João Jardim. O Governo regional dos Açores também já mostrou disponibilidade para ajudar os madeirenses.
Dada a gravidade da situação, o primeiro-ministro José Sócrates viajou para a Madeira, para definir, com o Governo regional, o plano de ajudas para a região.
Com Sócrates viajou o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, que esta tarde classificou o acidente como "uma situação que exige uma resposta nacional”.
Para além dos 32 mortos, foram contabilizados 68 feridos e há ainda centenas de desalojados na ilha da Madeira. O Exército está a acolher algumas das pessoas cujas casas ficaram destruídas.
O ministro da Administração Interna disse ainda que irá levar a Conselho de Ministros uma proposta para a declaração de calamidade na Madeira, de modo a que a região possa requisitar apoio da União Europeia para lidar com os danos das cheias.
Rui Pereira afirmou também que a Autoridade Nacional de Protecção Civil tem uma equipa de 100 pessoas a postos para seguir também para a Madeira. A Câmara Municipal de Lisboa também ofereceu a ajuda dos Sapadores Bombeiros.
As zonas litorais cidade do Funchal e a vila da Ribeira Brava são as localidades mais atingidas pela fúria das ondas e pelo aumento do caudal das ribeiras que inundaram a baixa da capital madeirense, completamente intransitáveis e com elevados prejuízos.
Dadas as dificuldades de comunicações, desconhecem-se os danos registados na povoação de Curral das Freiras, cuja população esta completamente isolada. Durante o dia, houve grandes problemas de comunicações em toda a ilha. As autoridades chegaram a fazer apelos nas rádios para que médicos e enfermeiros se dirigissem aos serviços de saúde. O aeroporto esteve fechado.
A GNR mobilizou entretanto 56 homens e dois cães, do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro, para embarcar ao início da manhã de domingo para a Madeira.
Este é o pior desastre na ilha nos últimos 100 anos.
Notícia actualizada às 23h04