Americanos comem muito e de forma errada
Em 25 anos o consumo médio de calorias passou de 1850 para 2154
Qual é o principal problema da dieta alimentar americana? "Demasiadas calorias", dizem a professora de Nutrição e Estudos Alimentares da New York University, Marion Nestle, a directora do programa nutricional do American Institute of Cancer Research, Melanie Polk, e a porta-voz da American Dietetic Association, Barbara Gollman.
Os americanos comem de mais. Há 25 anos, o consumo médio diário de calorias nos Estados Unidos era 1850. Agora é de 2154, um aumento de 304 calorias que é suficiente para fazer a balança marcar mais 14 quilos no peso de cada pessoa.
Além de comerem muito, os americanos comem de forma errada. Por exemplo, quase dez por cento do seu consumo calórico faz-se sob a forma de refrigerantes ou gasosas (existem mais de três milhões de máquinas que vendem latas de refrigerantes distribuídas pelo país, muitas das quais nas escolas). À conta dessas bebidas, cada americano ingere cerca de 25 quilos de açúcares artificiais por ano. Outros 20 por cento das calorias consumidas diariamente escondem-se nos chamados "snacks", que são comidos entre refeições. Podem ser um iogurte ou uma mão-cheia de amêndoas, mas habitualmente são comidas processadas com um elevado teor de sódio.
E com mais de 170 mil restaurantes de fast food, os americanos quase não comem alimentos frescos ou produtos cozinhados por outros métodos que não a fritura. Os menus desses restaurantes são ricos em gordura, mas pobres em elementos que o organismo precisa: cálcio, riboflavina, vitamina A, vitamina C e ácido fólico.
Para piorar um pouco as coisas, a informação nutricional que esses estabelecimentos estão agora obrigados a facultar está frequentemente errada. Um estudo elaborado pela Tuft"s University constatou que pelo menos metade dos pratos servidos nas cadeias mais populares tinham mais calorias do que aquilo que estava escrito no menu - em média, mais 18 por cento. "É uma diferença que pode levar a um aumento de cinco quilos de peso", refere Susan Roberts, a autora do estudo. R.S.