Providência cautelar tenta impedir publicação de mais escutas no semanário "Sol"
Ao que o PÚBLICO apurou, a notificação tem como destinatários o director do semanário, José António Saraiva, e as jornalistas Ana Paula Azevedo e Felícia Cabrita. O objectivo é impedir o "Sol" de publicar, em papel ou online, ou sob qualquer outra forma, citações, transcrições e quaisquer matérias relacionadas com as escutas telefónicas que digam respeito ao requerente Rui Soares. Mas não impede a saída do jornal, desde que este não publique a matéria alvo da providência cautelar.
Trata-se de Rui Pedro Soares, o administrador executivo da PT referido nas escutas telefónicas obtidas a partir do processo Face Oculta publicadas pelo "Sol" na passada sexta-feira, que já tinha prometido recorrer à justiça para proteger o seu bom nome e o segredo profissional a que está obrigado. Foi a sua advogada Ana Sofia Rendeiro quem acompanhou o oficial de justiça ao semanário.
Na primeira abordagem, uma funcionária administrativa do "Sol" recusou ser notificada em nome do jornal, argumentando não ter poderes para tanto. Pouco depois, o oficial de Justiça procurou saber o nome da funcionária junto da recepção, mas a informação não lhe foi fornecida.
Ao PÚBLICO, a advogada Ana Sofia Rendeiro apenas disse que tinha havido "uma recusa de assinatura de notificação", mas não quis adiantar mais nada sobre o processo.
Edições para Angola, Moçambique e Cabo Verde já estão a caminhoA edição de sexta-feira do semanário "Sol" já seguiu para o aeroporto de Lisboa para ser transportada para Angola, Moçambique e Cabo Verde, disse à Lusa fonte do jornal.
O jornal vende uma edição semelhante à portuguesa naqueles países lusófonos que é enviada de Lisboa.