CGD concede empréstimo de 371 milhões à La Seda para projecto de Sines
Fonte da CGD explicou que 100 por cento do valor do empréstimo é assumido pelo banco(um dos accionistas da La Seda), que funciona como “banco tomador” deste ‘project finance’, que pode no futuro passá-lo, como operação, a outros investidores no mercado.
A concretizar-se o “cumprimento das condições normais neste tipo de processo”, o empréstimo poderá permitir que a construção em Sines avance já no próximo mês de Fevereiro.
A construção da unidade petroquímica em Sines arrancou em Março de 2008, sendo classificada como Projecto de Interesse Nacional (PIN) e conta com o apoio do Estado português através de subsídios directos e benefícios fiscais.
Segundo a La Seda, a unidade permitirá cobrir parte do défice de PTA [ácido tereftálico purificado] do continente europeu, que actualmente importa da Ásia cerca de 500 mil toneladas do produto.
O PTA é um produto de base (matéria-prima) para todas as formas de poliéster: resina PET para embalagem, filme para embalagem, resinas de investimento por pulverização e fibras sintéticas.
Integrando o Grupo Seda como Artenius Sines, antecipa-se que arranque a fase comercial no segundo semestre de 2011 com uma capacidade de produção de 700 mil toneladas por ano.
O projecto gerará 150 empregos directos e 200 indirectos. O anúncio surge depois de longos meses de incerteza em torno ao futuro da La Seda e especialmente do seu projecto em Sines.
Apesar disso, desde finais do ano passado, responsáveis por Sines e por entidades envolvidas na La Seda tinham vindo a manifestar optimismo de uma solução que permitiria retomar a construção da fábrica petroquímica já no início do ano.
Em entrevista à Lusa no inicio de Dezembro, Francisco Sá, Presidente da comissão executiva da AICEP Parques - empresa do grupo AICEP, responsável pela promoção e gestão da Zona Industrial e Logística de Sines -- manifestou essa convicção, referindo-se a “sinais positivos de princípios de entendimento” entre os accionistas do grupo, com sede em Barcelona e participações de empresas portuguesas.
Envolvida num complexo processo de reestruturação -- necessário devido à divida acumulada de centenas de milhões de euros -- a La Seda esteve em prolongadas negociações com os credores, incluindo um sindicato bancário para, em parte, permitir viabilizar o projecto em Sines.
Em Outubro a La Seda assinou um primeiro crédito de 10 milhões de euros com a CGD para continuar com o projecto de Sines, por um lado, e ao mesmo tempo dar alguma liquidez para os gastos “circulantes” da empresa.
O projecto de Sines é actualmente o mais significativo da La Seda que se debate com vários problemas financeiros, tendo as contas da empresa relativas a 2008 registado perdas de 565 milhões de euros, com a dívida a ascender a 868 milhões de euros.