Principal diário da Noruega republica cartoons de Maomé

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Westergaard, de 74 anos, é o autor do desenho de Maomé com o turbante pronto a explodir Preben Hupfeld/Reuters

A publicação faz-se para acompanhar um artigo sobre Kurt Westergaard: nas páginas do "Aftenposten" está hoje uma cópia reduzida de seis dos 12 desenhos que em 2006 provocaram uma vaga de protestos, incluindo vários violentos, em muitos países muçulmanos.

Os cartoons foram inicialmente publicados pelo jornal dinamarquês "Jyllands-Posten" a 30 de Setembro de 2005. Passaram quase desapercebidos, mas meses depois começaram as críticas e os protestos, enquanto o "Jyllands" voltava a publicar as caricaturas e o mesmo faziam jornais do mundo inteiro, até em países árabes e muçulmanos.

No dia 1 de Janeiro, um somali de 28 anos conseguiu entrar em casa de Kurt Westergaard com uma faca e um machado. Westergaard, de 74 anos, o autor do desenho com o turbante pronto a explodir, escapou.

Segundo a polícia dinamarquesa, o atacante foi alvejado numa perna e numa mão pelos agentes. Está preso desde há uma semana e foi identificado como possuindo “laços próximos com a organização terrorista Shabab e com líderes da Al-Qaeda no Leste africano”.

As Shabab são milícias islamistas formadas nos últimos anos na Somália, fruto de uma dissidência entre as alas mais radicais e as mais moderadas da União dos Tribunais Islâmicos, uma aliança que chegou a controlar parte do país e que tentou impor a ordem entre o caos provocado pela guerra permanente que opõe vários chefes militares. Elogiada por ter recuperado as ruas de Mogadíscio para os seus habitantes, a União também impôs leis conservadoras rígidas.

“Temos um processo na Dinamarca ligado a esta grave agressão contra o desenhador do 'Jyllands-Posten'. Parece-nos por isso natural e justificado republicar a obra artística e jornalística que está obviamente na origem deste gesto violento”, explica no artigo do diário norueguês a jornalista Hilde Haugsgjerd.

O "Aftenposten", que é o principal diário de referência da Noruega, chegou a publicar uma cópia das caricaturas logo em 2005. Mas absteve-se de o fazer em 2006, durante a acesa polémica provocada pelos desenhos e pelos protestos que estes originaram.

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