Programa cultural dos 100 anos da República revisita ideais para melhor olhar o futuro
Exposições de história ou de arte, ciclos de conferências, festivais de música e de cinema marcam presença nas celebrações do centenário da República.
No programa global encontram-se também exposições itinerantes, dentro e fora de Portugal, e exposições de arte, como a que se poderá ver no Museu Nacional de Arte Antiga sobre os primitivos da pintura portuguesa. Os amantes da música, da caricatura ou da banda desenhada, também não foram esquecidos no programa cultural ontem apresentado, na Biblioteca do Palácio da Ajuda, pelo presidente da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (CNCCR), Artur Santos Silva, a comissária Fernanda Rollo e a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas.
Entre as mais de 50 iniciativas de instituições ligadas ao Ministério da Cultura, haverá textos encenados no Teatro Nacional São João, no Porto, e no Teatro Nacional Dona Maria, em Lisboa, um ciclo na Cinemateca em Lisboa e actividades ligadas a museus e bibliotecas por todo o país.
As celebrações do centenário, cujo programa está aberto e procura acolher iniciativas de fora da CNCCR, serão uma ocasião para descentralizar a cultura e redescobrir artistas ou dá-los a conhecer aos mais jovens. A ideia, sublinhou Fernanda Rollo, é criar uma ponte entre o passado e o futuro, valorizar o património e ver como através da evocação do passado histórico, este pode ser recriado e estimulado para um melhor conhecimento da cultura e da identidade.
Também foi sugerido que estas comemorações se prolonguem para além da efeméride e contribuam para uma reflexão sobre o que se quer da escola ou da cultura em Portugal. É esse, pelo menos, o desejo da comissão que dispõe de 10 milhões de euros do Orçamento do Estado para as comemorações.
"Este momento de celebração é um momento que devemos àqueles que na História fizeram essa mudança de regime. Os ideais, os protagonistas e as grandes realizações são para nós uma parte fundamental do programa", disse Artur Santos Silva, que falou no objectivo de "ver como a partir desses ideais republicanos revisitados podemos ter amanhã um Portugal melhor".