Amazon vende mais e-books do que livros em papel no dia de Natal

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A Amazon não divulga números das vendas do Kindle Rui Gaudêncio (arquivo)

Num comunicado, a Amazon adianta ainda que o Kindle (o mais conhecido leitor de e-books no mercado) foi o produto mais vendido durante a quadra festiva, um fenómeno que terá sido impulsionado, em parte, pelo facto de a empresa ter avançado recentemente com a possibilidade de se encomendar o Kindle a partir de praticamente qualquer país do mundo, incluindo Portugal.

Como já é tradição no que diz respeito às vendas do aparelho, a empresa não adianta números concretos.

O único número disponibilizado pela Amazon indica que no dia de maior volume de encomendas, 14 de Dezembro, foram feitas, ao todo, 9,5 milhões de encomendas dos vários produtos que a empresa tem disponíveis (embora seja conhecida como uma livraria online, a Amazon vende muitos outros tipos de produtos, desde leitores de música a artigos de mercearia).

O enorme volume das vendas da Amazon não permite, porém, fazer qualquer estimativa sobre as vendas do Kindle. A empresa já admitiu que funciona num modelo de vendas de “cauda longa”. Trata-se de um modelo, popularizado pelo director da revista Wired, Chris Anderson, que consiste em vender quantidades relativamente pequenas de muitos produtos diferentes, normalmente a par de um número muito restrito de produtos que têm muita procura.

A "cauda longa" significa que um best-seller na Amazon vende tipicamente menos unidades do que o conjunto dos livros que são menos vendidos – e o mesmo se aplica aos artigos de qualquer outro género.

Ao todo, a Amazon tem 390 mil livros electrónicos disponíveis, muitos dos quais best-sellers. Para comprar estes livros não é necessário ter um Kindle. Os e-books podem ser lidos num iPhone ou iPod Touch ou simplesmente num computador. Em ambos os casos, é necessária uma aplicação da Amazon – os e-books não são disponibilizados num formato aberto e não podem ser lidos em aparelhos da concorrência, como o Sony Reader.

O dia de Natal não é um dia de pico de vendas. A acompanhar a normal quebra das vendas de edições impressas no dia 25 esteve o facto de, provavelmente, muitos clientes estarem no dia 25 a experimentar os Kindle que lhes foram oferecidos, o que contribuiu para o avolumar das vendas dos e-books.

O Kindle é o leitor de e-books mais mediático, mas, como a Amazon não divulga números de vendas, não é possível estabelecer com precisão a quota de mercado. Os analistas especializados apresentam-no frequentemente como o líder do sector, seguido pelo Sony Reader.

Na sequência do comunicado da Amazon, as acções da empresa subiram 2,53 dólares, para os 141 dólares.

Notícia actualizada às 16h34
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