Em 2007, um desconhecido Júlio Resende mostrava o seu primeiro disco, "Da Alma", apresentando-se como promissora revelação do jazz português. Neste novo disco, tutelado pelo espírito de Nietzsche (nota de curiosidade: Resende é licenciado em Filosofia), Resende tem o apoio de um novo grupo, o International Quartet - formado pelo espanhol Perico Sambeat (sax alto), pelo norueguês Ole Morten Vagan (contrabaixo) e pelo luso Joel Silva (bateria) -, contando ainda com as colaborações pontuais de Desidério Lázaro (sax tenor), João Custódio (contrabaixo) e Manuela Azevedo, dos Clã (voz). O pianista exibe uma linguagem sólida, controlada por um apurado sentido melódico, e estabelece boa dinâmica com o quarteto, contribuindo para a fluidez da música. Ainda que o álbum seja maioritariamente constituído por composições originais, Resende não consegue fugir a uma constante sensibilidade pop - no primeiro disco reinterpretou "Wise up" (Aimee Mann), agora é a vez de atacar um tema dos Pink Floyd, "Shine on you crazy diamond". Não se querendo meter na pele de um "super-homem" (e muito menos de um anticristo), Júlio Resende confirma-se como óptimo pianista, com ideias arejadas.
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