Telemóvel da Google chega no início de Janeiro
O novo aparelho, chamado Nexus One, tem estado a ser desenvolvido pela fabricante HTC, que já desenvolveu vários modelos equipados com o Android, o sistema operativo para telemóveis desenvolvido por um consórcio encabeçado pela Google.
O Nexus One, de que ainda não foram tornados públicos pormenores, insere-se no segmento dos smartphones – telemóveis de gama alta, com acesso à Internet e algumas funcionalidades típicas de um computador. O lançamento do aparelho porá fim a dois anos de especulação sobre um telemóvel com marca Google.
Nas últimas semanas, a especulação sobre os pormenores do lançamento do Nexus One (cujo nome deriva dos “replicantes” do filme Blade Runner) tem-se intensificado, à medida que surgem notícias sobre negociações com operadores de telecomunicações. Recentemente, o aparelho foi distribuído pelos funcionários da Google.
O lançamento a 5 de Janeiro permite que a Google leve o Nexus One à edição de 2010 da CES, que arranca dia 7, nos EUA. A CES é uma das mais importantes feiras da indústria de tecnologia de consumo.
Modelo de negócioNão são ainda conhecidos pormenores de comercialização do telemóvel, mas a Google deverá apostar num modelo de negócio diferente do habitual.
Tipicamente, os smartphones surgem associados a planos de fidelização ao operador. Neste esquema, os operadores suportam parte dos custos de aquisição do aparelho. Já os telemóveis livres de operador são significativamente mais caros para o consumidor.
Alguns analistas, contudo, têm antecipado a possibilidade de a Google lançar o Nexus One sem vínculos contratuais e a um preço mais reduzido do que a concorrência. A estratégia passará por rentabilizar o produto através de receitas com anúncios publicitários.
A suportar esta teoria está o facto de, no mês passado, a Google ter pago 750 milhões de dólares em acções (cerca de 525 milhões de euros) pela AdMob, uma empresa especializada em anúncios para telemóveis.
Esperado há muitoEm 2007, a Google fundou um consórcio (que agrupa hoje cinco centenas de empresas de tecnologia) para desenvolver o Android, um sistema operativo para telemóveis que pode ser usado por qualquer fabricante.
O presidente executivo, Eric Schmidt, também já várias vezes sublinhou que há mais telemóveis no mundo do que computadores e que o futuro do acesso à Web passará por estes aparelhos.
Segundo dados da analista Gartner, divulgados em Novembro e relativos ao terceiro trimestre deste ano, a Nokia lidera este segmento, com uma quota de 39,3 por cento de mercado.
Em segundo lugar está a canadiana Research In Motion (fabricante do Blackberry), com 20,8 por cento, e, na terceira posição, a Apple (que comercializa o iPhone), com 17,1 por cento. A HTC surge em quarto lugar, com uma fatia de 6,5 por cento do mercado.
Dentro do mercado dos telemóveis, que tem estado essencialmente a estagnar, o segmento dos smartphones apresenta uma evolução positiva.
As pesquisas feitas no motor de busca Google através de telemóveis aumentaram 30 por cento no terceiro trimestre de 2009, face aos três meses anteriores. A informação foi revelada pela Google em Outubro, que não adiantou que percentagem das receitas provém de anúncios para telemóveis.