Luanda é terceiro maior centro bancário da África sub-saariana

“Numa altura em que os mercados financeiros internacionais vivem um período de elevada turbulência e de falta de liquidez provocada pela crise do subprime iniciada em Julho de 2007, o sector bancário angolano foi capaz de manter os níveis de crescimento elevados a que nos habituou”, afirma Paul de Sousa, presidente da KPMG Angola, no relatório.

No ano passado, segundo a consultora, os depósitos angariados e os créditos concedidos pela banca angolana aumentaram em 51 por cento e 59 por cento, respectivamente. O relatório da KPMG inclui 19 operadores bancários angolanos, mais dois do que a edição de 2007, com a entrada do Finibanco Angola S.A. e do Banco Quantum Capital.

Os efeitos da crise económica fizeram-se sentir em Angola a partir de finais de 2008, devido à “forte queda no preço das matérias-primas nos mercados internacionais”, em particular o petróleo, mas ainda assim a economia angolana cresceu 15,8 por cento no ano passado.

Dados do Banco de Desenvolvimento Africano e da OCDE indicam que a produção de petróleo, cuja exportação é a maior fonte de receitas angolana, aumentou cerca de 10 por cento em 2008, atingindo os 1,9 milhões de barris por dia.

A produção deverá atingir 2,55 milhões de barris por dia em 2012, segundo a KPMG.

O sector petrolífero diminuiu o seu peso relativo no PIB angolano, de 57,5 por cento para 55,8 por cento, tal como o sector diamantífero, “particularmente penalizado pela crise”.

A economia não-extractiva ganhou assim terreno, impulsionada “fundamentalmente pelos serviços, a somar a um ligeiro crescimento da agricultura e da construção.

Angola continua a ser, na região, um dos destinos favoritos em termos de Investimento Directo Estrangeiro (15.548 milhões de dólares) em 2008, mas a novidade é que o país começa a “assumir uma posição de investidor e não tanto de receptor”

“Actores económicos estratégicos como a Sonangol e algumas entidades bancárias angolanas responsáveis por uma maior internacionalização do sector bancário angolano, como sejam o BPA, o BIC e o BAI, surgem na posição de investidores no estrangeiro, fundamentalmente em Portugal”, sublinha a KPMG.

Em 2008, o IDE angolano no exterior foi de 2.750 milhões de dólares, quase três vezes os 912 milhões de 2007.

Para a internacionalização das empresas angolanas foi decisiva a “a acumulação rápida de capital” e “uma conjuntura altamente favorável”, e os factores determinantes do destino onde investir são “a proximidade histórica e cultural aliada, nomeadamente a uma estratégia da Sonangol de diversificação da sua produção para outros países”, adianta.

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