Procuradora pede 25 anos de prisão para Bruno "Pidá"

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A defesa sustentou que não se provou a culpa de Bruno Pinto FERNANDO VELUDO/NFACTOS

Familiares de Ilídio Correia proibidos de ouvirem leitura da decisão final

O Ministério Público pediu ontem a condenação de Bruno Pinto, "Pidá", a 25 anos de prisão pelo homicídio de Ilídio Correia e mais cinco homicídios tentados.

Para outros dois arguidos do processo da Noite Branca (Mauro Santos e Fernando Martins) reclamou uma pena de 24 anos. E, para Ângelo Ferreira, pediu 20 anos. A procuradora da República Luísa Simões pediu a absolvição de um dos cinco presos preventivos, Fábio Barbosa.

O colectivo presidido por Manuela Paupério, ao qual caberá a decisão, proibiu ontem três irmãos da vítima de assistirem à leitura do acórdão.

A proibição foi decidida na sequência de dois incidentes, o primeiro protagonizado por Natalino Correia, irmão mais velho da vítima, que não se conteve durante as alegações de Vaz Teixeira, advogado de "Pidá", e interrompeu o causídico, quando este estava a comparar os antecedentes criminais do principal arguido com o dos familiares da vítima.

"Bruno nunca entrou numa esquadra indiciado fosse por que fosse", realçou Vaz Teixeira. Natalino Correia interrompeu o advogado e afirmou: "Tenho nojo, não consigo ouvir tanta mentira".

As alegações de Vaz Teixeira seriam interrompidas, novamente, por palavras de Benjamim Correia, que acabaria por abandonar a sala na companhia do seu irmão Hélder.

O clima de tensão que se traduziu no homicídio de Ilídio Correia está longe de se ter dissipado e, ontem, a magistrada do MP realçou que a vítima terá sido alvo de uma emboscada ou de um fuzilamento, quando se encontrava no largo de Miragaia. E caracterizou a personalidade dos quatro arguidos, para quem pediu pesadas penas, como sendo muito violenta.

A defesa, pelo contrário, sustentou que no julgamento não terá sido feita prova da acusação e, sobretudo, de quem empunhou as armas usadas no homicídio.

Vaz Teixeira insistiu na ideia de que eram contraditórias as versões sustentadas por Bruno Pinto e familiares e amigos da vítima. E considerou que, por exemplo, no baleamento da viatura de Natalino Correia, na véspera do homicídio de Ilídio Correia, no túnel da Ribeira, no Porto, o alvo não seria Natalino, mas a viatura desportiva que conduzia.

"Quem fez o que fez mais não quis do que estragar a jóia, o bibelot do dono", frisou.

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